BRDE busca alternativas junto à Finep para retomar financiamentos à inovação no Sul

Banco tem uma demanda de R$ 800 milhões aguardando disponibilidade de recursos
Se não houver uma alternativa para ampliar os limites de recursos junto à Finep haverá um forte impacto para as diferentes empresas inovadoras do Sul do país

Com cerca de R$ 800 milhões em projetos de inovação aguardando por financiamento nos estados onde atua, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) apresentou ao seu principal parceiro operacional alternativas para destravar a oferta de crédito ao setor. Durante encontro com o comando da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), realizado nesta sexta-feira (22), no Rio de Janeiro (RJ), a diretoria do banco solicitou a ampliação dos limites quando houver a reabertura da liberação de recursos para a região Sul.

Instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Finep suspendeu o protocolo para novas operações ainda no final de janeiro deste ano, alegando que os recursos disponibilizados para 2025 esgotaram em apenas um mês. Nesta semana, houve a reabertura para novos pedidos por parte dos agentes financeiros que atuam nas linhas de crédito descentralizadas, no total de R$ 400 milhões. Todavia, o montante será destinado exclusivamente para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Para o diretor-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior, se não houver uma alternativa para ampliar os limites de recursos junto à Finep haverá um forte impacto para as diferentes empresas inovadoras do Sul do país. "Somos o principal operador nacional da Finep há mais de uma década e reconhecemos o quanto essa parceria vem fortalecendo o setor da inovação. Por isso, é fundamental manter um ritmo positivo de novos investimentos, ainda mais em um momento de muitos desafios para nossas empresas. Será bom para toda a economia do país", reforçou Ranolfo.

Na audiência com o novo presidente da Finep, Luiz Antônio Elias, a primeira entre as duas instituições após a posse dele há dois meses, foi destacada a relevância da atuação do BRDE no crédito descentralizado e a importância da modalidade para as outras regiões do país. No entanto, como a Finep ainda não teve acesso aos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), não há uma sinalização para a retomada dos protocolos para novos projetos. A informação é que as instituições financeiras que operam o crédito descentralizado na região Sul serão chamadas no mês de setembro, mas para tratar dos critérios de inovação e empresas a serem apoiados nestas novas condições a partir da reabertura dos protocolos em 2026.

Durante o encontro, o BRDE apresentou um balanço recente das operações voltadas aos projetos inovadores para empresas da região Sul. No ano passado, o banco atingiu uma marca histórica ao financiar um total de R$ 751 milhões, apoiando 167 projetos. Já no acumulado de 2025, o volume despencou para R$ 34 milhões, sendo apenas oito projetos contratados com recursos da Finep. Ranolfo enfatizou que o banco fechou o primeiro semestre com uma carteira na casa dos R$ 23 bilhões e patrimônio líquido de R$ 5,2 bilhões. "As principais agências de risco ressaltam a solidez do banco, o que nos credencia a ter uma margem maior de recursos da Finep", acrescentou.

A reunião contou, também, com a participação do vice-presidente e diretor de Operações do BRDE, Renê de Oliveira Garcia Júnior; do diretor Administrativo, Heraldo Alves das Neves, e do diretor de Planejamento, Leonardo Busatto. Para demonstrar o quanto o apoio à inovação faz parte da estratégia do banco, o relato levado ao presidente da Finep elencou a participação do BRDE em fundos de investimentos. Como cotistas em quatro FIPs, o BRDE já aportou R$ 47 milhões, viabilizando investimentos de R$ 123,5 milhões em 27 empresas da região Sul.

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Sexta, 22 Agosto 2025

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