TAG começa a garimpar a fortuna do Sul por SC
São quase R$ 100 bilhões de recursos depositados em private banking na região Sul, a segunda com maior concentração do país, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). É por conta desse valor e do potencial econômico da região que a TAG Investimentos resolveu abrir um escritório em Santa Catarina no início deste ano.
Também é pela proximidade com o cliente que a TAG quer se diferenciar de bancos e outras gestoras que fazem atendimento remoto – geralmente, de São Paulo. “Existe um grande desejo do empresariado e dos executivos profissionais liberais de serem atendidos localmente”, revela Thiago de Castro, sócio fundador da TAG, que atende clientes com patrimônio acima de R$ 5 milhões. A escolha de Santa Catarina não foi casual: está no meio do caminho entre os demais estados do Sul. Ainda assim, a TAG não descarta, mais adiante, abrir escritórios também no Paraná e no Rio Grande do Sul.
A meta da gestora de fortunas e investimentos com sede em São Paulo é atender 20% dos clientes endinheirados de Santa Catarina em até três anos, o que corresponderia a um patrimônio de cerca de R$ 6 bilhões. Há condições de alcançar tamanha participação no mercado estadual? Castro acredita que sim. A crise tem fragilizado empresas locais e potencializado o número de fusões e aquisições. Dados da consultoria KPMG mostram que, no primeiro trimestre deste ano, o número dessas operações no estado catarinense dobrou, chegando a oito. No mesmo período, o Sul teve 21 transações desse tipo. Fusões e aquisições costumam gerar liquidez para os empresários locais e, como consequência, muitas dúvidas. Afinal, o que fazer com o dinheiro da venda? “Do dia para a noite, o empresário tem um caminhão de dinheiro e não sabe o que fazer. A nossa ideia é estar perto dele para assessorá-lo no momento”, conta Castro.
Mas aqueles que sobrevivem bem à crise também estão na mira da TAG. A gestora avalia que os setores industrial e de varejo da região têm enfrentado, de forma geral, muito bem o momento de recessão e devem retomar rapidamente os investimentos a partir da estabilização econômica. “Elas não viveram aquela ilusão de alavancarem o crédito”, complementa Castro. “O conservadorismo faz com que elas estejam mais blindadas”. Ele reconhece que, exatamente por esse perfil cauteloso, é mais difícil a construção da relação de confiança entre os empresários da região e os escritórios de private banking. “Os clientes mais conservadores muitas vezes conhecem o mercado financeiro e até gerem o próprio dinheiro”, diagnostica. As características do empresariado do Sul, afirma Castro, acabam por reforçar a estratégia da TAG de estar mais próxima geograficamente desses clientes para atendê-los de forma mais personalizada. “Os diretores de banco se dedicam mais à estratégia do que a contatos com os clientes. Só que é essa relação de proximidade é que atrai confiança e mostra o compromisso com o resultado”, salienta Castro.
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