Marcopolo prevê recuperação mais consistente a partir de julho
A indústria automotiva brasileira sentiu o baque na pandemia – e o setor de ônibus foi o mais afetado. Esse cenário é visível nos resultados anunciados nesta quinta-feira (25) pela Marcopolo. A fabricante gaúcha viu as vendas caírem 17,8%, para R$ 3,5 bilhões, e o lucro líquido diminuir 57,2% (veja todos os principais indicadores na tabela ao final desta reportagem). Em 2020, a produção consolidada da Marcopolo foi de 12.309 unidades, 21,8% inferior às 15.741 fabricadas no ano anterior. Desse total, 87,5% foram produzidas no Brasil e as demais 12,5% no exterior. Já as vendas de ônibus e carrocerias para o mercado interno caíram 15,1% na comparação anual, totalizando 8.941 unidades.
No trimestre, a produção foi negativamente afetada pela menor demanda por ônibus, reflexo da pandemia de Covid-19 no transporte de pessoas. A produção do quarto trimestre está associada majoritariamente ao ingresso de pedidos durante julho e setembro, quando os mercados atendidos pela Marcopolo ainda sofriam com restrições de locomoção, menor número de usuários no transporte público e incertezas sobre o sucesso das vacinas. No mercado interno, a produção foi sustentada por volume expressivo de unidades direcionadas ao programa federal Caminho da Escola. Nas exportações, o mercado africano mostrou bom desempenho, com a continuidade das entregas iniciadas durante o primeiro semestre do ano passado.
O aquecimento do setor de fretamento impulsionou o negócio da Volare, marca de micro-ônibus do grupo Marcopolo. Os modelos da marca se mostraram mais adequados a substituir vans em respeito às novas regras de distanciamento social. A representação do negócio na receita líquida da Marcopolo cresceu em comparação a 2019 – 17,3% em 2020 contra 14,5% no ano anterior. As entregas ao programa Caminho da Escola também foram responsáveis por impulsionar as vendas do negócio. Em 2020, 2.413 unidades Volare foram produzidas, sendo 162 destinadas ao mercado externo. Em 2019, das 2.648 unidades produzidas, 343 foram direcionadas a outros mercados.
"Esperamos um crescimento mais consistente em volumes a partir do segundo semestre deste ano, puxado pelo segmento de rodoviários, fomentado pelo fortalecimento do turismo regional e a volta dos passageiros às linhas regulares", afirma José Antonio Valiati, diretor financeiro e de Relações com Investidores da Marcopolo. Para o mercado de urbanos, a companhia observa uma retomada mais lenta, pois o segmento depende de crescimento econômico e redução do desemprego de forma mais evidente para ganhar tração. O segmento poderá ser beneficiado caso haja nova licitação do programa Caminho da Escola.
Já o segmento de micros e Volares deverá continuar apresentando bom desempenho, com incremento de volumes no fretamento, turismo e reabertura de escolas e universidades, setor paralisado pela pandemia. Segundo as perspectivas da companhia, as exportações devem continuar beneficiadas pela desvalorização do real frente ao dólar, permitindo maior competitividade. Também é esperado incremento de volumes nas vendas internacionais como reflexo do enfraquecimento da pandemia nos diversos mercados. "Países importadores, especialmente os localizados na América do Sul, indicam renovações importantes para 2021, sendo o Chile o principal expoente. A África continua sendo um destaque positivo e a companhia negocia novos pacotes relevantes para o ano", aponta Valiati.
A Marcopolo é a 30ª empresa da região e a décima do Rio Grande do Sul, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. Leia o anuário completo clicando aqui, mediante pequeno cadastro.
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