Indústria calçadista do Sul transfere unidade paraguaia para o Brasil
De olho na retomada da demanda mundial por calçados e na gradual redução dos custos produtivos brasileiros, especialmente no que diz respeito à desburocratização para exportação, a Calçados Gonçalves anuncia que está transferindo sua planta produtiva, há quatro anos instalada em Cidade do Leste, no Paraguai, para incorporação na unidade de Canindé (CE). O processo de transferência já iniciou e seguirá durante o segundo semestre.
Produzindo 150 mil pares de calçados por mês, 50% deles destinados ao mercado internacional, a companhia emprega, diretamente, cerca de 1 mil pessoas no Brasil – 600 delas em Canindé, quadro que deve somar mais postos em função da transferência da produção do Paraguai, e 380 na sua matriz, em Rolante (RS).
O gerente de vendas da empresa, Deivis Gonçalves, conta que a unidade paraguaia empregava cerca de 50 pessoas, empregos que retornarão, gradativamente, ao Brasil a partir de julho. "Desligamos os funcionários de lá, sendo que três deles, brasileiros, já estão retornando conosco para trabalhar na planta de Canindé", detalha, ressaltando que os funcionários se integrarão à unidade cearense.
Gonçalves ressalta que a medida de retornar ao Brasil se deu pelo fato de que, mesmo com a Lei Maquila, que concede incentivos fiscais para a produção no Paraguai, a operação no Brasil ficou mais atrativa, visto a questão cambial, que tornou a importação mais cara, e a melhoria no ambiente de negócios no país. "É um movimento inverso do que ocorreria anos atrás", avalia. Para 2021, a expectativa é de crescimento, especialmente a partir deste mês. "O mercado interno deve seguir estável. O nosso crescimento deve ser puxado pelas exportações, que devem crescer de 10% a 15%", projeta Gonçalves.
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Comentários: 2
Falta ainda incentivos do Governo do Estado do RS para manter as indústrias de calçados aqui. Lamentável que tenham que ir pro Ceará. Perde o RS.
Se a solução forem apenas os incentivos estaduais, estamos perdidos.