História de empreendedorismo da Casa Schier completa nove décadas

Gerações de moradores escolhem calçados na loja nascida quando Curitiba contava 100 mil habitantes
“Acredito que o fundamental para a Casa Schier manter-se por tanto tempo vai além da conduta empresarial em si, mas deve-se também à forma humana como nossos pais tocaram o negócio”, conta Márcia

No mundo das startups, em que o ciclo de vida das empresas tem inédita velocidade, encontrar marcas que beiram o centenário faz pensar nas lições que elas carregam. Referência em calçados para gerações de curitibanos desde 1930, a Casa Schier surgiu quando Curitiba abrigava 100 mil habitantes, boa parte imigrantes ainda jovens com suas numerosas famílias.

A região do Portão e Novo Mundo, onde a loja ainda desponta como acervo do comércio e dos afetos da cidade, era a única via de saída para várias regiões do Paraná e do país. Ali também era a parada das tropas revolucionárias que vinham do Sul e se organizavam antes de seguir viagem.

Foi nesse ambiente, com o piso da Avenida República Argentina ainda de macadame servindo de estrada para as carroças puxadas a cavalo, que Levino Schier fundou a Casa Schier. O armazém vendia artigos de montaria e tração animal confeccionados manualmente e em couro.

O espírito empreendedor, a garra e a visão de negócio foram fundamentais para encarar os desafios que surgiam a cada década, e para aproveitar as oportunidades para o desenvolvimento do negócio que permanece na família até hoje, pontuam os herdeiros e gestores, os filhos Mauro, Marcos e Márcia Schier.

"Acredito que o fundamental para a Casa Schier manter-se por tanto tempo vai além da conduta empresarial em si, mas deve-se também à forma humana como nossos pais tocaram o negócio. Um dos funcionários, o gerente Lode, permaneceu por mais de 60 anos na casa. Os clientes sempre se sentiram em casa e voltaram. Temos várias gerações de famílias que nos acompanham até hoje", conta Márcia (foto).

A Casa Schier mantém a fachada original que foi tombada pelo patrimônio histórico e cultural da cidade. Em seu interior, há um museu com peças que fazem parte da sua história, como a máquina de costura manual datada de 1910, equipamento fundamental na fabricação de botas, botinas e chinelões de couro. Caixa registradora, telefones, banco de seleiro, máquinas de escrever, balança de pesagem a até o alvará de funcionamento, de 1937, fazem parte do acervo, assim como o primeiro livro de registro de vendas de janeiro de 1930.

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Sexta, 19 Abril 2024

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