Goldman Sachs recomenda compra de ações da Gerdau
O Goldman Sachs iniciou nesta segunda-feira (10) cobertura do setor siderúrgico na América Latina. Das três companhias listadas na Bovespa, o banco recomenda venda para Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3). Já para a Gerdau (GGBR4) foi atribuída recomendação de compra. A ação, no entanto, aparece como a pior do setor na Bolsa neste ano e é uma das maiores quedas do Ibovespa. Enquanto Usiminas e CSN caem cerca de 20% no ano, as ações da Gerdau registram queda superior a 35%.
A premissa principal da avaliação do banco é a exposição das empresas. Enquanto Usiminas está altamente exposta ao cenário macroeconômico fraco no Brasil e CSN ao preço do minério de ferro, o que deve pressionar seu fluxo de caixa e aumentar a alavancagem, a Gerdau tem acesso ao crescimento do mercado americano, onde pode se beneficiar mais para frente.
O preço-alvo indicado para as ações da Gerdau é de R$ 7,80. Para as ações da Metalúrgica Gerdau (GOAU4), holding da Gerdau, a recomendação é neutra, com target de R$ 4,60 por ação. "Nós acreditamos que a combinação de forte exposição ao mercado americano e ao segmento de aços longos devem mais do que compensar a desaceleração dos embarques no Brasil", comentaram os analistas Humberto Meireles e Thiago Auzier, do Goldman.
Confira, a seguir, os três motivos que levaram o banco a recomendar compra de Gerdau, a maior empresa do Sul segundo o ranking GRANDES&LÍDERES – 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ em parceria com a consultoria PwC.
Acesso ao mercado dos EUA
A divisão da Gerdau nos Estados Unidos, que representa hoje 43% da receita da companhia, está no estágio inicial de recuperação estrutural da rentabilidade. Eles estimam crescimento de 71% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dessa divisão neste ano e 39% em 2016.
Rentabilidade resiliente no Brasil
Apesar da perspectiva de fraca demanda por aço no Brasil, os analistas acreditam que a Gerdau será capaz de manter estabilidade em suas margens em 2015 e 2016. Já as concorrentes amargarão um declínio, em média, de 0,5 ponto percentual por causa de vantagens em relação aos custos e o prêmio que os aços longos oferecem em relação aos planos.
Atrativo valuation
Por fim, o Goldman ressalta que a companhia está sendo negociada a um atrativo valuation, depois de queda de 36% no acumulado do ano. Os papéis negociam a 5,4 vezes o indicador Valor da Empresa/Ebitda estimado para este ano, dando um desconto de 52% em relação aos seus pares brasileiros. Além disso, os analistas apontam que a Gerdau é a única do setor no Brasil que eles esperam geração positiva de fluxo de caixa livre em 2015 e 2016.
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