Disciplina financeira transformou a Gerasul
José Luiz Laydner (foto), diretor de geração da Engie Brasil Energia, contou no painel “Brasil de AMANHÃ: Desestatizar para Crescer” o case de sucesso da empresa a partir da privatização da então “Gerasul”, em setembro de 1998. A palestra fez parte do evento de premiação das empresas vencedoras do ranking 500 MAIORES DO SUL, produzido por AMANHÃ com a parceria técnica da PwC, na quinta-feira (7) na ExpoUnimed, em Curitiba. O evento teve participação do Secretário Especial de Desestatização Salim Mattar (relembre aqui) e foi aberto pelo governador paranaense Carlos Massa Ratinho Junior.
Acompanhe a íntegra da cerimônia de premiação no canal do Grupo AMANHÃ no YouTube
Em seu último ano como estatal, em 1998, a companhia gerava 3.719 MW nos três estados em que atuava, apresentando à época um valor de mercado de R$ 2 bilhões. Passados 21 anos, a empresa com sede em Florianópolis gera 8.711 Mw de energia em 11 estados, um salto de 134%. O valor de mercado, no mesmo período, foi multiplicado por 18, e hoje alcança R$ 37 bilhões. “Na época da privatização de ativos, a empresa valia 5% da Eletrobras. Hoje, a Engie tem um valor de mercado equivalente a 70% da Eletrobras na bolsa. E leve-se em conta que a Eletrobras tem uma potência instalada quatro vezes maior”, comparou Laydner que justamente naquele dia completava 11 anos como diretor de geração da empresa. Atualmente, os clientes do mercado livre de energia constituem o grande foco da companhia, que detém 47% da fatia do segmento. As distribuidoras são responsáveis pela aquisição de 39% do total. Porém, em 2020 o mercado de livre se tornará ainda mais importante, pois vai representar mais da metade (52%) da energia distribuída.
O executivo relatou que nos últimos 12 meses a empresa concluiu os Complexos Eólicos Campo Largo e Umburanas, ambos na Bahia, e a Usina Termelétrica Pampa Sul, em Candiota (RS), aumentando em 1.032 MW a capacidade instalada. Também na Bahia, a Engie começou a construção do Complexo Eólico Campo Largo II (360MW). A empresa catarinense entrou na transmissão de energia com o início da construção do Projeto Gralha Azul. Batizado em homenagem à ave-símbolo do Paraná, esse é o primeiro projeto de linhas transmissão da Engie no Brasil. Ao todo, serão mais de mil quilômetros de linhas de transmissão que percorrerão 24 municípios paranaenses. O empreendimento deve gerar mais de 4 mil empregos diretos durante a fase de construção, além de movimentar R$ 2 bilhões em investimentos. O projeto teve início em março de 2018, com previsão de conclusão em agosto de 2021.
Na visão de Laydner, todo esse crescimento só foi possível graças, inicialmente, ao excelente quadro técnico da estatal Gerasul. Segundo ele, as companhias do setor de energia, em geral, são pródigas em formar funcionários altamente capacitados. “Na época, a Gerasul até tinha bons ativos, mas estava travada, sem forças para fazer investimentos. Então a Engie profissionalizou a gestão focando em resultados e, ainda, valorizando os funcionários”, contou. “A capacidade de investimento que a companhia passou a ter, somada com uma disciplina financeira forte, deram maior sustentabilidade para o negócio – fatores que determinaram o sucesso da privatização”, declarou.
No mundo, hoje, a Engie tem 160 mil funcionários em 70 países. No total, são mais de 24 milhões de clientes atendidos e 1.100 pesquisadores e especialistas que trabalham em 11 centros de P&D. Em 2018, a companhia faturou globalmente 60,6 bilhões de euros. A Engie – que também foi uma das agraciadas no evento – é a nona empresa da região e a quarta de Santa Catarina, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ com a parceria técnica da PwC.
O evento também contou com a participação de Erasmo Carlos Battistella, presidente da BSBIOS (leia a reportagem aqui), e Claudio Stabile, diretor-presidente da Sanepar (veja a matéria aqui).
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