Vendas do varejo têm alta de 1,8% no ano

No entanto, acúmulo tem sido menos intenso ao longo dos meses
Segundo o IBGE, alguns setores do comércio já sofrem mais com a inflação, como os supermercados

O volume de vendas do comércio varejista no país variou 0,1% em maio, na comparação com o mês anterior, registrando a quinta taxa consecutiva no campo positivo – 2,3% em janeiro, 1,4% em fevereiro, 1,4% em março e 0,8% em abril. No ano, o varejo acumula crescimento de 1,8% e nos últimos 12 meses, queda de 0,4%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (13) pelo IBGE.

"Este resultado mostra um cenário de estabilidade na passagem de abril para maio. Mas, apesar de vir de quatro resultados positivos, as taxas foram decrescentes. Observamos uma retomada no comércio varejista, mas que vem de uma base baixa, dezembro, e sempre fazendo um acúmulo menos intenso ao longo desses meses", ressalva o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Entre as oito atividades pesquisadas, seis tiveram taxas positivas em maio. A alta mais intensa foi a de livros, jornais, revistas e papelaria (5,5%). Em termos de influência, destaque para os setores de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,6%) e tecidos, vestiário e calçados (3,5%) no lado positivo. Já Móveis e eletrodomésticos (-3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,2%) foram os destaques negativos.

"Móveis e eletrodomésticos é uma atividade que não superou seu patamar pré-pandemia, pois ao longo de 2021 teve perdas consideráveis. Durante a pandemia, esses itens tiveram um ganho importante devido às substituições que as pessoas fizeram pelo fato de estarem mais em casa. Após essa demanda extraordinária, esses produtos passaram a ter menos importância no orçamento das famílias, sobretudo eletrodomésticos", analisa Santos.

Ele destaca que, no setor de artigos farmacêuticos, o crescimento do volume foi ancorado na indústria farmacêutica, e menos no segmento de perfumaria. "Esse já é o segundo mês consecutivo de alta, e coincide com os reajustes do setor, nos meses de abril e maio", explica. "No caso de vestuário e calçados, tivemos alguns meses de crescimento especialmente vinculado ao setor de calçados e tênis esportivos, com todos os meses com variações no campo positivo", complementa Santos.

Impacto da inflação no comércio
Outros destaques são os setores que sofreram o impacto da inflação. Houve um aumento de 0,4% na receita versus uma variação de 0,1% no volume, uma diferença que já sinaliza a inflação no varejo em geral. Só que em alguns setores o impacto inflacionário foi verificado com maior intensidade.

"O setor de combustíveis e lubrificantes vem, há alguns meses, com indicadores de receita muito maiores do que os de volumes. De abril para maio, a receita do setor subiu 3,5% enquanto o volume cresceu 2,1%. Outras atividades como a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria a receita cresceu 5% e o volume 3,6%, devido aos reajustes de preços. Mas o maior exemplo é o setor de supermercados, que de abril para maio cresceu 1% no volume e 4,1% em receita, ou seja, quatro vezes mais, sinalizando sobretudo a inflação dos alimentos", completa o gerente da PMC.

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, as duas atividades também sofrem impacto da inflação. Veículos e motos, partes e peças, apresentou variação de -0,2%, enquanto material de Construção teve queda de 1,1% na passagem de abril para maio de 2022.

"O cenário de todos os indicadores do varejo é de perda de ritmo. O indicador da margem, sai de 2,4% em janeiro para 0,1% na passagem de abril para maio. O acumulado do comércio varejista cresce de 1,6% em março para 2,3% em abril e depois cai para 1,8% em maio, reduzindo a velocidade de crescimento no ano. Já o acumulado em 12 meses, -0,4%, é o primeiro resultado negativo desde setembro de 2017. Nesse indicador, passamos por toda a pandemia com resultados positivos ou nulo como em maio, junho e julho de 2020. Mas não havia ocorrido taxa negativa", conclui Santos.

Mais sobre a PMC
A PMC produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no País, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista. Iniciada em 1995, a PMC traz resultados mensais da variação do volume e receita nominal de vendas para o comércio varejista e comércio varejista ampliado (automóveis e materiais de construção) para o Brasil e seus Estados.

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