Tesouro afirma que condições do mercado melhoraram em abril

Estímulos nos Estados Unidos e sanção do orçamento reduziram riscos
Outro fator para a melhoria do mercado foi a redução dos juros de longo prazo

Depois de instabilidades em março, as condições do mercado financeiro melhoraram em abril, avaliou o Tesouro Nacional, em nota explicativa sobre a evolução da dívida pública no mês. Segundo o órgão, o pacote de injeção de dólares nos Estados Unidos e o fechamento do acordo sobre o orçamento deste ano melhorou a percepção de riscos sobre os países emergentes e reduziu as taxas de juros de prazos mais longos.

"O mês de abril tem se mostrado mais positivo com melhora na percepção de risco de emergentes e queda nas taxas de juros com prazos mais longos. No cenário externo, estímulos fiscais e monetários, dados econômicos positivos e maior estabilidade nas Treasuries [títulos públicos norte-americanos] trouxeram apetite por risco. A curva de juros doméstica perdeu inclinação com a melhora do cenário externo e com a aprovação do orçamento", destacou o relatório.

A maior prova do alívio no mercado, avaliou o Tesouro, está no risco país, que acumulava queda de 15,6% em abril até a segunda-feira (26). Indicador que mede a diferença entre os rendimentos dos títulos públicos brasileiros no exterior e os títulos do Tesouro norte-americano num intervalo de cinco anos, o risco país do Brasil passou de 225 pontos-base (diferença de 2,25% pontos percentuais ao ano de rendimento) em março para 190 pontos em abril (diferença de 1,9% ponto). Apesar do recuo, o risco país do Brasil continua mais alto que o de outros países latino-americanos. O indicador está em 117 pontos-base para a Colômbia, 92 pontos para o México e 51 pontos para o Chile. Mesmo no Peru, onde o indicador acumula alta de 15% em abril, em meio a tensões sobre as eleições presidenciais, o risco país estava em 95 pontos na última segunda-feira.

Outro fator para a melhoria do mercado foi a redução dos juros de longo prazo. Segundo o Tesouro, a curva de juros futuros caiu em abril na comparação com março. Os juros futuros servem como medida de receio em relação à economia de um país, quanto maiores as taxas, maior a desconfiança. Em março, destacou o Tesouro, o repique nos rendimentos dos títulos norte-americanos, o agravamento da pandemia e as negociações em torno da recriação do auxílio emergencial em troca de medidas de ajuste fiscal comprometeram o mercado. A curva de juros subiu para todos os prazos.

Com Agência Brasil

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