Serviços têm terceira alta consecutiva com expansão de 0,5% em julho

No ano, o setor acumula alta de 4,5% frente ao mesmo período de 2022
O transporte de cargas exerceu a principal influência positiva sobre o resultado do setor de serviços no país

Em julho, o volume de serviços prestados no país cresceu 0,5% frente ao mês anterior. É a terceira variação positiva seguida do indicador, que acumulou ganho de 2,2% no período. No ano, o setor acumula alta de 4,5% frente ao mesmo período de 2022. Já o acumulado em 12 meses foi de 6%. Três das cinco atividades pesquisadas ficaram no campo positivo, com destaque para os transportes (0,6%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e foram divulgados pelo IBGE. Com o avanço de julho, o setor de transportes se recuperou da variação negativa do mês anterior (-0,4%).

A principal influência sobre o resultado do setor, na comparação com junho, veio do transporte de cargas, que avançou 1,4%, terceira taxa positiva seguida, acumulando ganho de 5,8% nesses três meses. Com isso, o transporte de cargas atingiu novamente o ponto mais alto da sua série histórica. Dentre as atividades que fazem parte do setor, o rodoviário de cargas foi o maior responsável pela alta de julho. "Uma das explicações para o crescimento da atividade de transporte rodoviário de cargas desde o pós-pandemia é a mudança de paradigma em relação ao comércio eletrônico, que teve um boom com a migração das lojas físicas para as plataformas digitais. Hoje esse fator perde para a questão agrícola, uma vez que o LSPA vem prevendo uma série de recordes de safra para o milho e a soja. Isso aumenta muito a demanda do transporte de cargas, tanto pelo fluxo de insumos, como os fertilizantes, quanto pelo próprio escoamento da produção agrícola ", explica Rodrigo Lobo, responsável pela pesquisa.

Os serviços prestados às famílias (1%) acumularam um ganho de 4,9% entre abril e julho. "O resultado de julho é o quarto positivo seguido dessa atividade. Nesse mês, os principais impactos vieram da alta das receitas das empresas de restaurantes, hotéis e parques de diversão, que costumam crescer nos períodos em que as famílias saem de férias", diz o pesquisador. O setor de serviços prestados às famílias segue como o único a não superar o patamar pré-pandemia. Em julho, ele operava 1,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020, o menor distanciamento já registrado. Já os outros serviços (0,3%), com a variação de julho, recuperaram parte da perda do mês anterior (-0,4%). "Essa atividade tem apresentado variações muito próximas da estabilidade. A alta de julho foi impulsionada pelos serviços financeiros auxiliares, que é o segmento mais importante em termos de receita", detalha Lobo.

Por outro lado, as duas atividades investigadas pela pesquisa que tiveram resultados negativos em julho foram os serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) e informação e comunicação (-0,2%). No caso do primeiro setor, a queda veio após um crescimento de 1,1% no mês anterior. "A retração nos serviços profissionais, administrativos e complementares é explicada principalmente pela perda de receita de empresas de atividades jurídicas, que haviam crescido no mês anterior devido a ganhos de causas judiciais. Então, a queda é relacionada a essa base de comparação elevada. Outras perdas do setor vieram das empresas de administração de cartões de desconto e de programas de fidelidade, de empresas que atuam com consultoria em gestão empresarial e de serviços de limpeza", acrescenta.

Já a atividade de informação e comunicação ficou no campo negativo pelo segundo mês seguido na comparação com o mês anterior. "Esse setor também obteve retração de 0,1% em junho, então tem uma variação negativa acumulada de 0,3% nesses dois meses, o que é uma perda muito suave. Em julho, os setores que mais influenciaram esse resultado foram os de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na Internet, de desenvolvimento e licenciamento de softwares e de distribuição de programas de TV".

Em julho, o setor de serviços operava 12,8% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 0,9% abaixo do maior nível da série histórica, alcançado em dezembro do ano passado. "Em julho, o setor alcança o segundo nível mais alto da série histórica. O que temos observado é que, em 2023, os serviços vêm mês a mês com resultados muito próximos ao ponto mais alto da série. Então as forças que operaram dentro do setor no ano passado continuam atuando, como o transporte de cargas, em função do aumento da produção agrícola e do comércio eletrônico, e os serviços de tecnologia da informação, beneficiados pela busca das empresas que queriam oferecer seus bens e serviços nas plataformas digitais", analisa Lobo.

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Terça, 07 Mai 2024

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