Pandemia afetou negativamente 47,2% das empresas do Sul
De 2,8 milhões de empresas em funcionamento no Brasil na primeira quinzena de julho, 44,8% perceberam efeito negativo da Covid-19; 28,2%, efeito pequeno ou inexistente; e 27% tiveram efeito positivo devido às medidas de isolamento social. As empresas o Centro-Oeste perceberam o maior impacto negativo (51%), seguidas pelas das regiões Norte (48,1%) e Sul (47,2%). Esses são alguns dos destaques do terceiro ciclo da Pesquisa Pulso Empresa, divulgada nesta terça-feira (18), e que integra as estatísticas experimentais do IBGE.
As pequenas empresas (até 49 funcionários, o maior contingente da amostra) foram as mais afetadas: de 2,7 milhões de empresas nessa faixa, 44,9% sofreram impacto negativo. Entre médias empresas (de 50 a 499 funcionários) e as de maior porte (a partir de 500 funcionários), o impacto foi menor: 39,1% e 39,2%, respectivamente. A pesquisa também revela que as maiores incidências com pequeno ou nenhum efeito foram encontradas entre as empresas de porte médio (37,4%) e de grande porte (35,6%). Entre as que foram impactadas positivamente, o percentual é maior entre as pequenas empresas, 27%, ante 23,4% nas médias e 25,3% nas de grande porte.
"Quatro em cada dez empresas (44,8%) ainda percebem efeitos negativos da Covid-19. Ainda há uma grande incidência de impacto negativo, mas já começamos a perceber uma melhora, visto que, na quinzena anterior, o impacto negativo atingiu 62,4% das companhias. A diferença para as quinzenas anteriores é a maior incidência de empresas que relataram efeitos pequenos ou inexistentes (28,2%) e as que relataram efeitos positivos (27%), que, juntas, somam um percentual maior do que as que relataram efeitos negativos", avalia Flávio Magheli, coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE.
Entre os setores, os efeitos negativos foram percebidos por 47% de 1,2 milhão de empresas de serviços, com destaque para os serviços prestados às famílias (55,5%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (48,3%); seguidos por 44% de 1,1 milhão empresas do comércio, com maior impacto no comércio de veículos, peças e motocicletas (52,4%).
"Apesar da percepção de impacto negativo, houve uma melhora na percepção das empresas de serviços, passando de 65,5% na quinzena anterior para 47%; assim como do comércio, que passou de 64,1% para 44%. Essa melhora de percepção fica evidenciada na maior incidência de empresas que sinalizaram um efeito pequeno ou inexiste, ou um efeito positivo. No caso do comércio, 35,5% das empresas indicaram efeito positivo. Esse cenário retrata o processo de reabertura, com maior fluxo de pessoas refletindo-se nos negócios. É natural que a percepção negativa vá reduzindo a cada quinzena, na medida que o isolamento social vá diminuindo", destaca Magheli.
Já a indústria manteve-se estável, com um impacto negativo em 42,9% das 313,4 mil empresas; assim como a construção, em que 38% das 160 mil empresas relataram terem sido afetadas negativamente.
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