Nova greve dos caminhoneiros a caminho?
Após a decisão da Petrobras de elevar em R$ 0,10 o litro do diesel, anunciada nesta quarta-feira (17), intensificou-se a mobilização de grupos de caminhoneiros em prol da paralisação da categorial. O novo valor já entra em vigor a partir de hoje (18). Uma vertente mais radical já se articula para uma paralisação nos próximos dez dias. A solução defendida pela categoria é estagnar o preço do diesel até que haja um piso mínimo para o frete.
O aumento é de 4,8%, em média, abaixo dos 5,7% que foram anunciados na semana passada e depois cancelados. Naquele dia, o aumento seria de R$ 0,12. Segundo a Petrobras, sua política de preços busca a paridade de importação, tendo como referência indicadores internacionais como câmbio e petróleo, em busca de rentabilidade.
No fim de maio de 2018, o Brasil parou por dez dias na maior greve registrada em mais de duas décadas. Insatisfeitos com os aumentos diários no preço do diesel, os caminhoneiros cruzaram os braços e bloquearam rodovias, provocando desabastecimento de alimentos e combustível. Sucessivas reuniões entre governo, associações e entidades terminaram sem acordo.
Com isso, a produção industrial caiu em 14 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na passagem de abril para maio do ano passado. Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, a greve dos caminhoneiros foi mais perniciosa com o Sul. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul sofreram mais. Enquanto a retração média no Brasil ficou em 10,9%, o Rio Grande do Sul teve baixa de 11% na produção. Já Santa Catarina acumulou uma queda de 15% e o Paraná foi o que mais sentiu o impacto: -18,4%.
As estradas só foram liberadas depois que comboios do Exército, da Polícia Rodoviária Federal, da Força Aérea Brasileira e de policiais militares passaram a escoltar os caminhões. Em troca, o governo introduziu a redução de R$ 0,46 no litro do diesel, bancada por um subsídio. Os dias de desabastecimento fizeram a economia retrair-se. Segundo o Ministério da Fazenda, a greve custou R$ 15 bilhões, o equivalente a 0,2% do PIB. O governo também passou a tabelar os fretes rodoviários. Em dezembro, uma liminar do Supremo Tribunal Federal suspendeu a cobrança de multa de quem descumprisse a tabela, mas a decisão foi revertida dias depois.
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