Juros estão altos? Credit já prevê Selic passando de 15%
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na quinta-feira (11) fez muita gente rever as suas expectativas para a taxa básica de juros brasileira para este ano. Mas poucos foram tão radicais em suas revisões quanto o Credit Suisse. O banco agora vê a Selic terminando 2015 em 14,75%, ante previsões anteriores de 14,25%. Se for confirmada, a taxa de referência na economia chegará ao maior patamar desde 2006. No relatório assinado por Nilson Teixeira, Paulo Coutinho, Iana Ferrão, Leonardo Fonseca, Daniel Lavarda, o Credit diz que ao mencionar que os ajustes de preços fazem com que a inflação aumente no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015, o documento do Banco Central sugeriu a continuidade do atual ciclo de aperto monetário. O que reforça essa tese é a inclusão da frase “necessitando determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos”.
E esse é o limite que a Selic pode ir? Para o Credit Suisse ainda não, pois existe um cenário com os juros ainda mais altos. "Conforme temos reiterado há bastante tempo, julgamos que haveria necessidade de uma política monetária muito mais apertada, com juros ainda mais altos e por um período mais prolongado para reduzir a inflação medida pelo IPCA para 4,5% em 2016. Nesse caso, não descartamos a possibilidade de o Copom promover alta adicional da taxa de juros também em 2 de outubro, com a Selic alcançando 15,25%", diz o relatório. Segundo o research, a mudança de projeção reflete a piora das perspectivas para a inflação este ano se juntam aos comentários "agressivos" de membros do BC, como os do diretor de Assuntos Econômicos, Luiz Awazu, e de documentos como comunicados e atas da autoridade monetária.
Para 2016, o Credit também elevou suas previsões, que agora estão em 14%, contra 12% anteriormente. Isso significa que além dos analistas esperarem um aperto monetário mais forte neste ano, eles ainda esperam que ele seja mais duradouro. No Relatório Focus, que compila projeções de analistas, economistas e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos brasileiross, a mediana das previsões da Selic para 2016 continua em 12%. Antes do Credit, o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, já fazia previsões para a Selic acima das imaginadas pela média do mercado. Segundo ele, os economistas que veem um aperto menor, mas de longo prazo, contra um aperto maior, mas por menos tempo, não estão vendo as sinalizações "hawkish" [neologismo que deriva do termo falcão em inglês definindo os defensores de juros mais altos e de uma política de austeridade mais forte] do Banco Central.
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