Inflação fica em 0,71% em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,71% em março. No ano, a inflação acumula alta de 2,09% e, nos últimos 12 meses, de 4,65%, abaixo dos 5,6% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, a variação foi de 1,62%. Os dados foram divulgados pelo IBGE. O grupo de transportes foi o destaque no índice de março, sendo responsável pelo maior impacto e maior variação (2,11%). Em seguida vieram saúde e cuidados pessoais (0,82%) e habitação (0,57%), que desaceleraram em relação a fevereiro.
A gasolina (8,33%), subitem com maior impacto individual no índice de março, teve grande peso na alta verificada em transportes. O etanol (3,2%) também subiu. "Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês, estabelecido pela Medida Provisória 1157/2023. Havia, portanto, a previsão do retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre esses combustíveis a partir de 1º de março", explica o analista da pesquisa, André Almeida. Gás veicular (-2,61%) e óleo diesel (-3,71%) continuaram em queda em março. Já as passagens aéreas, que haviam recuado 9,38% em fevereiro, caíram 5,32% desta vez.
O grupo de saúde e cuidados pessoais foi impactado principalmente pela alta de 1,2% do plano de saúde, que segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023. Numa comparação com o mês anterior (2,8%), os itens de higiene pessoal (0,72%) apresentaram uma variação menos intensa. Os artigos de maquiagem subiram 4,8%, enquanto os produtos para pele tiveram queda de 2,42% em março. No grupo Habitação (0,57%), a maior contribuição veio da energia elétrica residencial (2,23%). As variações das áreas ficaram entre 0,65% menores em Belém, onde houve redução de PIS/Cofins e aumento da alíquota de ICMS, até 9,79% em Porto Alegre, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas na base de cálculo do ICMS. O mesmo ocorreu em outras áreas, como Belo Horizonte (4,43%), Curitiba (3,88%) e Vitória (2,86%).
Único dos nove grupos pesquisados a mostrar variação negativa em março, artigos de residência (-0,27%) teve as quedas nos itens de TV, som e informática (-1,77%) como principais responsáveis pelo resultado. Televisor (-2,15%) e computador pessoal (-1,08%) foram as quedas mais acentuadas. Os eletrodomésticos e equipamentos (-0,23%) também caíram, após alta de 0,45% em fevereiro. "As promoções realizadas durante a semana do consumidor, ocorrida em março, podem ter influenciado", acrescenta Almeida. Em relação aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em março. A maior variação foi em Porto Alegre (1,25%), devido às altas da gasolina (10,63%) e da energia elétrica residencial (9,79%).
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