Inadimplência é a maior da série histórica

Confederação do comércio alerta para avanço das dívidas em atraso
Na análise por tipo de dívida, o cartão de crédito segue predominante, utilizado por 84,5% dos endividados

A inadimplência chegou a 30,4% das famílias brasileiras em agosto de 2025, o maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O percentual de famílias que não têm condições de quitar suas dívidas atrasadas também subiu, atingindo 12,8% — o maior índice desde dezembro de 2024. Para a CNC, o avanço da inadimplência sinaliza que o atual nível de endividamento começa a ultrapassar o limite da capacidade de pagamento das famílias. Para a entidade, isso se dá especialmente em um cenário de crédito mais caro e prazos mais curtos.

No mesmo sentido, o endividamento seguiu sua trajetória ascendente pelo sétimo mês consecutivo, alcançando 78,8% dos lares — o maior índice desde novembro de 2022. Apesar disso, houve melhora na percepção subjetiva dos consumidores: o percentual dos que se consideram "muito endividados" caiu para 15,4%, enquanto aumentou o grupo "mais ou menos endividado" (29,9%). "O avanço contínuo da inadimplência reforça a importância de iniciativas de educação financeira e do uso consciente do crédito", afirma o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.

Um dos poucos indicadores positivos do mês foi a queda no comprometimento médio da renda com dívidas, que passou de 29,6% em agosto do ano passado para 29,3% — o menor patamar desde maio de 2019. Além disso, a parcela de famílias que comprometem mais da metade da renda com dívidas caiu de 18,9% para 18,6% no mês. A Peic também mostra que o endividamento tem ocorrido em prazos cada vez mais curtos. O percentual de famílias com dívidas superiores a um ano caiu pelo oitavo mês seguido, para 31%. Ao mesmo tempo, cresceu o número de compromissos entre três e seis meses, o que eleva a pressão sobre o orçamento no curto prazo. Na análise por tipo de dívida, o cartão de crédito segue predominante, utilizado por 84,5% dos endividados. No entanto, os carnês continuam ganhando espaço e permanecem como a segunda principal modalidade, com aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao ano anterior.

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Terça, 09 Setembro 2025

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