Governo defenderá interesse brasileiro na exportação de aço
Em breve nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores, da Economia e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento afirmaram que o governo federal trabalhará para defender o interesse comercial do Brasil e que já está em contato com autoridades dos Estados Unidos para tratar sobre possível imposição de sobretaxa ao aço brasileiro. "O governo brasileiro tomou conhecimento de declaração do presidente Donald Trump sobre possível imposição de sobretaxa ao aço brasileiro e já está em contato com interlocutores em Washington sobre o tema. O governo trabalhará para defender o interesse comercial brasileiro e assegurar a fluidez do comércio com os EUA, com vistas a ampliar o intercâmbio comercial e aprofundar o relacionamento bilateral, em benefício de ambos os países", diz a nota.
O Instituto Aço Brasil reforçou, também em nota, que o câmbio no Brasil é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real. Na avaliação da entidade que congrega empresas do setor, a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de "compensar" o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países. "Por último, tal decisão acaba por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas", finaliza a mensagem.
Na manhã desta segunda-feira (2), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, em sua conta no Twitter, que vai restaurar as tarifas do aço e alumínio brasileiros e argentinos. A medida é uma reação americana à desvalorização das moedas locais desses dois países. “O Federal Reserve [Banco Central dos Estados Unidos] também deve agir para que os países não tirem mais proveito do nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportar seus produtos de maneira justa”, disse Trump na rede social.
No final de agosto deste ano, o governo dos Estados Unidos flexibilizou as importações destes produtos quando decidiu que companhias norte-americanas que negociarem aço do Brasil não precisariam pagar 25% a mais sobre o preço original desde que provem que há ausência de matéria-prima no mercado interno. O Brasil está entre os principais fornecedores de aço e ferro para os Estados Unidos.
Na última sexta-feira (29), a moeda norte-americana voltou a subir atingindo, em valores nominais (desconsiderando a inflação) o segundo maior nível desde a criação do real. O dólar comercial encerrou esta segunda vendido a R$ 4,241, com alta de R$ 0,025 (+0,5%).
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