Economia segue em processo de recuperação gradual
A economia brasileira continua a mostrar sinais de recuperação gradual. Essa é a conclusão do Banco Central (BC), que divulgou nesta terça-feira (18) o Boletim Regional – publicação trimestral cujo objetivo é trazer uma visão das regiões do país a partir de dados e indicadores econômicos. "Regionalmente, observa-se ritmo mais sustentado de crescimento da economia em todas as regiões do país, refletido na maior disseminação das taxas de expansão das diversas atividades econômicas e do mercado de trabalho", afirma o boletim.
No Sul, o Boletim Regional também destaca o processo de recuperação da economia. "A atividade econômica no Sul manteve processo de recuperação gradual ao final de 2019, refletindo, em parte, resultados positivos no setor de comércio e serviços cujos efeitos se sobrepuseram aos da diminuição na produção fabril e da apropriação de colheita menos favorável nas lavouras de inverno. O mercado de trabalho formal segue em trajetória de expansão, com melhora na geração de postos em todos os setores. A economia da região deve permanecer estimulada, influenciada pela continuidade de expansão do crédito e pela perspectiva de safra agrícola favorável", avalia o BC.
"A atividade industrial do Sul recuou 0,4% no trimestre finalizado em novembro, porém em intensidade inferior à registrada no encerrado em agosto (-1,2%), de acordo com dados consolidados e dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Regional do IBGE, sobressaindo as retrações na fabricação de derivados de petróleo e biocombustíveis, máquinas e equipamentos e outros produtos químicos. Houve expansão no volume produzido em onze das dezoito atividades pesquisadas, principalmente nas indústrias de produtos alimentícios, automotivas, de máquinas e aparelhos elétricos e de bebidas. Considerados períodos de doze meses, a indústria expandiu 3,4% em novembro, na comparação com igual período anterior, desacelerando em relação ao registrado em agosto (4,9%)", destaca o boletim.
"O comércio externo da região apresentou superávit de aproximadamente US$4 bilhões em 2019, valor 64,1% inferior ao de 2018. A piora no desempenho da balança comercial decorreu da retração das exportações, tendo em vista o pequeno acréscimo registrado nas compras externas. Além disso, o resultado inclui as plataformas para exploração de petróleo no âmbito do Repetro que, se desconsideradas, implicaria quedas de 5,9% nos preços e de 1,8% no quantum exportado. Principal parceiro da região, a China reduziu suas compras em US$ 2,5 bilhões (-18,6%), sendo que as de soja foram 31,6% inferiores às de 2018. O aumento das importações do Sul em 2019 resultou da combinação de queda de 5,2% nos preços e alta de 6,8% nas quantidades adquiridas, e teve a China como principal fornecedor (24,8% das aquisições)", detalha o BC.
"No âmbito fiscal, o resultado primário consolidado dos governos estaduais, das capitais e dos principais municípios do Sul passou de déficit em 2018 para superávit em 2019, melhora condicionada pelo desempenho de Santa Catarina e, principalmente, do Paraná. Essa evolução implicou recuo de 54,4% na necessidade de financiamento regional – o déficit nominal atingiu R$ 4,6 bilhões no período. O estoque da dívida pública totalizou R$ 125,1 bilhões em 2019, 75,9% composto pelo estoque do Rio Grande do Sul", informa o boletim.
"Os principais indicadores do Sul confirmam a evolução acima da média nacional, especialmente pelo desempenho superior da indústria regional a partir do segundo semestre de 2018, além dos resultados do comércio, principalmente do automotivo. Na margem, contudo, ambos os segmentos vêm assinalando arrefecimento", avalia o BC. O documento prospecta ainda que o consumo das famílias deve permanecer estimulado pelos saques do FGTS, pelo retorno da inflação a patamar mais baixo e pela disponibilidade de crédito, em contexto de taxas de juros baixas. "Esse ambiente, aliado ao aumento da confiança dos agentes, tende a favorecer a atividade econômica. De outra parte, no mercado externo, a desaceleração do crescimento mundial poderá agravar o desempenho da região, que vem sendo negativamente impactado por reduções das compras da China e Argentina. O setor agrícola, de elevada importância na estrutura produtiva do Sul, projeta aumento da safra de grãos, mantidas condições climáticas dentro da normalidade", finaliza o BC.
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