Economia do Sul tem desempenho acima do Brasil
O nível de atividade econômica do Sul manteve processo de recuperação gradual avançando 0,2% no trimestre encerrado em agosto, na comparação com o finalizado em maio (0,5%), condicionado por expansões do comércio, do crédito e do emprego formal. No entanto, a região apresenta expansão maior do que o país no acumulado em doze meses até agosto – o IBCR-S cresceu 2,8%, enquanto o IBC-Br variou 0,9%. Os dados constam no Boletim Regional, publicação trimestral cujo objetivo é trazer uma visão das regiões do país a partir de dados e indicadores econômicos, divulgado pelo Banco Central (BC).
No período, as vendas do comércio ampliado cresceram 1% no trimestre até agosto, em comparação ao finalizado em maio. O volume comercializado expandiu em sete das dez atividades pesquisadas, e a principal contribuição adveio do comércio de veículos, motocicletas, partes e peças. Esse segmento lidera a alta do comércio em horizonte mais longo – em doze meses até agosto, as vendas aumentaram 5%, especialmente
estimuladas por expansão de 10,2% no comércio automotivo. A atividade industrial do Sul retraiu 1,1% no trimestre finalizado em agosto, em comparação ao encerrado em maio, quando crescera 1,6%, de acordo com dados consolidados e dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE, sobressaindo os recuos em produtos alimentícios, máquinas e equipamentos, e outros produtos químicos. “Houve expansão no volume produzido em sete das dezoito atividades pesquisadas, principalmente nas indústrias automotivas e de petróleo e biocombustíveis. Considerados períodos de doze meses, a indústria expandiu 5% em agosto, na comparação com igual período anterior, desacelerando em relação ao registrado em maio (7,1%)”, detalha o documento do BC.
No âmbito fiscal, houve melhora significativa no resultado primário consolidado dos governos estaduais, das capitais e dos principais municípios do Sul, que passou de déficit em 2018 para superávit em doze meses até agosto de 2019, repercutindo os desempenhos de Santa Catarina e Paraná, haja vista a elevação do déficit do Rio Grande do Sul. “Essa evolução implicou recuo de 57,6% na necessidade de financiamento regional nessa base de comparação, e queda de 8,4 pontos percentuais na participação do Sul do total do déficit nominal das regiões. O estoque da dívida pública totalizou R$ 126,3 bilhões, 75,3% dos quais devidos pelo Rio Grande do Sul”, explica o Boletim.
De acordo com o estudo divulgado pelo BC, os principais indicadores do Sul sugerem que a recuperação ainda não se manifesta como um processo generalizado entre os setores econômicos. “O nível de atividade registra evolução acima da média nacional, no entanto, essa trajetória carrega, em especial, o desempenho superior da indústria regional a partir do segundo semestre de 2018, além dos resultados do comércio, principalmente do automotivo. Na margem, contudo, ambos os segmentos vêm assinalando arrefecimento, com redução do diferencial, relativamente ao país”, descreve. Segundo previsão dos técnicos do Banco Central, o consumo das famílias paranaenses, catarinenses e gaúchas deve ser estimulado pelos saques do FGTS, pela manutenção da inflação em patamar baixo e pela disponibilidade de crédito, em um cenário de redução dos juros. Isso, aliado ao aumento da confiança, tende a estimular a atividade econômica. “De outra parte, no mercado externo, a desaceleração do crescimento mundial poderá agravar o desempenho da região, que vem sendo negativamente impactado por reduções das compras da China e Argentina”, alerta o BC. “Por fim, a agricultura, com forte participação na economia do Sul, diretamente e por seus encadeamentos produtivos, projeta aumento da safra de grãos, devendo continuar estimulando a economia regional em 2020, já tendo apropriada quase que a totalidade de sua contribuição em 2019”, prevê o estudo.
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