Atividade econômica no Sul avança apenas 0,2% no 1º tri
Em um cenário com a economia operando com alto nível de ociosidade, a atividade econômica da região Sul avançou 0,2% no trimestre encerrado em maio, ante o trimestre finalizado em fevereiro. Os dados são do Boletim Regional do Banco Central (BC), divulgado nesta sexta-feira (16), em Porto Alegre (RS). No documento, a análise da atividade nas regiões leva em conta os dados até maio do ano passado.
Na última segunda-feira (12), o BC divulgou seu Índice de Atividade (IBC-Br) referente a todo o País, em junho de 2019, que indicou alta de 0,30% ante abril, na série com ajuste sazonal. Em relação a maio de 2018, houve queda de 1,75% pela série sem ajuste.
De acordo com o BC, a evolução dos principais indicadores econômicos da região Sul reforça o processo de acomodação da atividade no primeiro semestre do ano, em linha com a trajetória observada no país. “No entanto, em horizonte mais longo, a região apresenta crescimento mais intenso do que a média nacional. A indústria desempenha papel fundamental nesse processo, com maior disseminação da recuperação entre as atividades, embora permaneça a elevada ociosidade da capacidade instalada”. O IBCR-S do Sul cresceu 3,3% no acumulado em doze meses, enquanto a atividade nacional – medida pelo IBC-Br – cresceu 1,3%.
No mercado de trabalho, por um lado, acrescenta o BC, o emprego com carteira assinada dá sinais de arrefecimento no ritmo de expansão, por outro, o recuo da taxa de desocupação e a expansão da massa de rendimentos sugerem a ampliação da demanda nos próximos trimestres, que deverá ser ampliada pela liberação de recursos das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No trimestre até maio, foram criados 1,9 mil empregos, ante 21,0 mil do mesmo período de 2018, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Essa movimentação deveu-se às demissões sazonais na agropecuária, que foram compensadas pelos outros setores, porém em menor grau, comparativamente ao ocorrido em 2018.
As vendas do comércio cresceram 1,1% no conceito ampliado – que inclui as vendas automotivas e de material de construção – no trimestre até maio, em comparação ao finalizado em fevereiro. O volume comercializado expandiu em sete das dez atividades incluídas na pesquisa, principalmente em material de construção e em veículos, motocicletas, partes e peças. Com exceção das vendas de impressos, houve expansão nas demais atividades, com destaque para as automotivas (10,5%).
Por outro lado, a prestação de serviços (exceto os financeiros) permanece sem apresentar sinais de retomada das atividades na região – o volume diminuiu 1,2% no mesmo período, ampliando o recuo observado no trimestre até fevereiro (0,9%), de acordo com dados dessazonalizados da PMS do IBGE.
A atividade industrial do Sul apresentou expansão de 2,1% no trimestre finalizado em maio, em comparação ao encerrado em fevereiro, quando permanecera estável, de acordo com dados consolidados e dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE. Houve expansão em treze das dezoito atividades incluídas na pesquisa, com destaque para a fabricação de produtos do fumo e de outros produtos químicos. No acumulado em doze meses até maio, a indústria registrou crescimento de 7,0%, em relação a igual período anterior, taxa bem superior à média nacional para a indústria de transformação (0,6%), repercutindo, em boa medida, as diferentes intensidades de crescimento na indústria automotiva na região (26,2%) e no país (8,7%).
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