Abrasel-SC revela comportamento atual do consumidor em bares e restaurantes

Venda de vinho também sofreu perda, mas superar o medo – econômico e de contrair a doença – é o principal desafio para a retomada do setor
Apesar de ser um setor em franca expansão e estar diretamente associado à gastronomia, o mercado de vinhos também foi fortemente impactado

O medo do contágio e a queda da renda dos consumidores são os mais relevantes gargalos para a retomada dos bares e restaurantes em Santa Catarina. A constatação vem de um levantamento da entidade realizado com 1372 pessoas, entre 11 e 17 de maio, cujo objetivo foi justamente detectar os novos hábitos de consumo."Mesmo com protocolos de segurança mais rígidos que outros setores e apesar de o segmento ser considerado de risco moderado pelo SUS, com a OMS afirmando que os alimentos não transmitem o vírus, os consumidores estão com medo de voltar aos estabelecimentos", diagnostica Raphael Dabdab, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Santa Catarina (Abrasel-SC). De acordo com a consulta, 53% dos entrevistados ainda não se sentem seguros para voltar a frequentar restaurantes.

"A pesquisa demonstrou que boa parte dos consumidores tem pouco conhecimento para avaliar a segurança ao frequentar um restaurante, que basicamente se resume aos pontos de contato, muito menores do que ocorre em visitas aos supermercados, por exemplo", avalia Dabdab. Ele ressalta que o distanciamento previsto no protocolo de segurança reduz drasticamente o risco de contágio comunitário, uma vez que os clientes permanecem sentados na maior parte do tempo, o que garante a segurança. "Orientar o consumidor e dar visibilidade às medidas preventivas são as chaves para os empresários acelerarem a retomada dos seus negócios", aconselha.

A redução da renda é outro fator determinante para este cenário – 73% dos entrevistados tiveram seus rendimentos impactados. Destes, 21% tiveram uma redução da renda familiar superior a 50%. A opção pelo delivery foi a encontrada pelo público para consumir alimentos fora de casa – 63% dos consultados afirmaram ter aumentado a frequência de compra, sendo que 57% disseram ter aumentado o gasto médio por pedido nesta modalidade. "A recuperação da renda e do poder de compra, infelizmente, deverá demorar mais a ser superada do que o medo do contágio. Por isso, os empresários têm de repensar seu modelo de negócio à luz desta nova realidade", alerta Dabdab.

Apesar de ser um setor em franca expansão e estar diretamente associado à gastronomia, o mercado de vinhos também foi fortemente impactado. A Essen Vinhos, empresa de Florianópolis que representa 11 marcas de 19 países em solo catarinense, foi duramente afetada pela crise. De acordo com a proprietária, Regina Essenberg, a comercialização para bares e restaurantes caiu 90% com a pandemia. "Como também atendemos ao varejo – principalmente supermercados e empórios – contamos com certo alento. Mesmo assim, a queda nas vendas foi de 30% para este segmento", contou ao Blog Cepas & Cifras. 

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Quinta, 18 Abril 2024

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