Haroldo Ferreira passa a presidir a Abicalçados

Gaúcho de Rolante, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes da região do Vale do Paranhana, no Rio Grande do Sul, Haroldo Ferreira (foto) foi convidado a assumir o posto de presidente-executivo da Abicalçados no final do ano passado. O convite parti...
Haroldo Ferreira passa a presidir a Abicalçados

Gaúcho de Rolante, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes da região do Vale do Paranhana, no Rio Grande do Sul, Haroldo Ferreira (foto) foi convidado a assumir o posto de presidente-executivo da Abicalçados no final do ano passado. O convite partiu do então presidente do Conselho Deliberativo da entidade, Rosnei Alfredo da Silva. Sem hesitar, Ferreira, que já trabalhava próximo aos pleitos da associação em função da sua atividade como presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados da Bahia, aceitou o desafio. Ferreira assume a cadeira de Heitor Klein, que há mais de 27 anos prestava seus serviços para a Abicalçados, primeiramente como diretor-executivo, assumindo o posto na presidência em 2013. Klein segue atuando na entidade como consultor.

Formado em Administração de Empresas, com pós-graduação em Administração da Produção e MBAs em Liderança e Gestão da Saúde, aos 52 anos de idade Ferreira é casado e pai de dois filhos. O novo dirigente da Abicalçados se mostra com estilo proativo e de proximidade com o quadro de funcionários, algo que herdou de seus mais de 20 anos de atuação na Azaleia – de 1986 até 2008. “A parte de Recursos Humanos na empresa – a qual dirigiu por um bom período -, na época do Seu Nestor [Nestor Herculano de Paula, fundador do Grupo Azaleia e ex-presidente da Abicalçados, falecido prematuramente em 2004], era muito importante. A proximidade com os funcionários era algo muito forte para a diretoria da época”, recorda Ferreira. Porém, a trajetória do novo dirigente da Abicalçados começou antes do ingresso na Azaleia, mais precisamente em 1983, quando trabalhou na área administrativa e fiscal da Musa Calçados, grande exportadora da época com sede em Sapiranga, interior gaúcho. “Naquela época, eu com 17 anos, deu se o inicio da minha paixão pelo setor calçadista”, recorda.

Ao assumir a presidência do Sindicato das Indústrias de Calçados da Bahia, em 2005, ele iniciou a sua vida de dirigente do setor calçadista. Lá, tinha a missão de trabalhar pelo desenvolvimento de uma Indústria que crescia de forma exponencial. “Pelo sindicato, inúmeras vezes estive junto com empresários pleiteando melhorias junto ao Governo e suas secretarias, o que me deu bagagem neste sentido”, conta.  Sua atuação à frente do sindicato baiano chamou a atenção da Abicalçados. “Entrei para o Conselho Sindical da entidade em 2013, mas já trabalhava como interlocutor do setor para a criação de um anexo específico de calçados na NR 12 [norma de segurança para máquinas] desde 2008. Assim como o engenheiro Eduardo Michellon fazia a interlocução dos fabricantes de máquinas, eu fazia por parte dos calçadistas, com os sindicatos de trabalhadores e Governo. Foi um trabalho difícil, mas que culminou em sucesso e hoje temos uma segurança muito importante para empresários e trabalhadores do setor calçadista”, recorda.

Ferreira ressalta que o setor calçadista brasileiro encolheu nos últimos anos. “Encolheu, especialmente por culpa da conjuntura econômica nacional e internacional. Hoje temos uma capacidade produtiva muito maior do que de consumo, uma capacidade ociosa de mais de 25%. O grande entrave é justamente a demanda desaquecida em função dos índices de desemprego e inadimplência. Na questão internacional, temos um problema grave de competitividade relacionado ao Custo Brasil, obstáculo que temos esperança de que o governo atual resolva, em boa parte, ainda nesses quatro anos”, avalia.

Ferreira lista que, entre os principais desafios de sua gestão está a representatividade por meio do acompanhamento de pautas importantes como a abertura comercial anunciada pelo governo federal, que seria realizada de forma gradual e concomitante com a redução do Custo Brasil. “Se reduzirem 20 pontos percentuais nos impostos para importação – hoje para o setor calçadista isso representaria uma queda da média dos atuais 35% para 15% – e o mesmo for feito no Custo Brasil, será ótimo. Não perderíamos nada no mercado externo e ficaríamos mais competitivos no ambiente doméstico, para o qual comercializamos mais de 85% da produção do setor. Mas para que isso ocorra, de fato, precisamos estar sempre vigilantes”, diz. Mesmo vendo com “bons olhos” os acordos comerciais bilaterais do Mercosul com a União Europeia e a possibilidade de outro com os Estados Unidos, Ferreira ressalta que é preciso um trabalho de monitoramento para que o setor calçadista não seja prejudicado nas negociações. “Na questão referente ao acordo com o bloco europeu, por exemplo, existia um pleito nosso para que fosse contemplada a regra de origem – que coloca que 60% dos insumos utilizados no calçado devem ser originários do país exportador –, o que foi aceito. O risco era de que fabricantes asiáticos pudessem utilizar algum país europeu como plataforma de exportação sem as tarifas impostas”, explica, ressaltando que o mesmo pleito deve ser levado para uma negociação de livre comércio com os Estados Unidos.  

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Sexta, 13 Dezembro 2024

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