Lives do Movimento UMA debatem liderança profissional e política da mulher
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE revelam que as mulheres representam apenas 20% dos profissionais que atuam no mercado de TI. E a jornada delas é marcada por desigualdades. Embora com grau de instrução mais elevado do que os homens nesse segmento profissional, elas ganham 34% menos do que eles, conforme o mesmo levantamento. Para abordar essa realidade, o Movimento UMA promove três lives entre os dias 19 e 22 deste mês. A primeira delas nesta segunda, 19, às 19h com a participação da cantora e empresária Preta Gil.
As lives podem ser acompanhadas pelos endereços do Movimento Integrado para o Empoderamento das Mulheres no Facebook e no YouTube. O UMA é fruto da união de várias líderes de grupos das mulheres e comandado pelo MEX Brasil – Espaço Mulheres Executivas – e Grupo Mulheres do Brasil. "A diferença salarial é gritante. É frustrante observar mulheres com capacitação mais alta, mas na carteira já são registradas com um cargo mais baixo. A cena se repete em várias empresas: elas são as especialistas do time, mas quem tem maior salário é o homem", diz Amanda Carneiro, coorganizadora do grupo Tech Girls.
A série de lives pretende mostrar que não é apenas na tecnologia que as mulheres estão em desvantagem. Na pesquisa "Atitudes Globais pela Igualdade de Gênero" (em tradução livre do inglês), publicada em 2019 pela Ipsos, surge o dado de que no Brasil 27% dos entrevistados admitem que se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como chefe. A resistência a mulheres líderes é maior entre os homens, alcançando 31% deles – enquanto 24% das trabalhadoras no Brasil pensam da mesma forma sobre serem lideradas por alguém do mesmo sexo. Esse percentual se iguala ao de países como Índia, Coréia do Sul e Malásia, lugares onde se observa uma rejeição à liderança feminina bem maior que a média mundial, de 17%.
Na política os homens também ainda são maioria. "O histórico eleitoral não é muito favorável para as mulheres. São apenas 24 vereadoras que foram eleitas em Curitiba no período de 87 anos, incluindo as que estão no mandato atualmente. É uma realidade antidemocrática. Nossa voz, as demandas das mulheres, não passam pela política", afirma Lenia Luz, fundadora do Empreendedorismo Rosa e líder do Comitê de Empreendedorismo do Grupo Mulheres do Brasil, núcleo Curitiba.
A desigualdade de gênero, pauta do Movimento UMA, ganha destaque na análise sobre liderança no ambiente de trabalho. "Basta analisar os cargos de liderança nas empresas. Informações do Ministério da Economia demonstram que as mulheres detêm 42,4% das funções de gerência, 13,9% de diretoria e 27,3% de superintendência. Ou seja, quanto mais alto o nível dentro de uma companhia, menos elas estão presentes", afirma Regina Arns, idealizadora do Movimento UMA.
A maternidade também é tabu no universo corporativo. Amanda ressalta que a pergunta "você pretende ter filhos?" é um clássico nas entrevistas de emprego. "Mesmo que não tenha interesse pela maternidade, isso vira uma questão decisiva no mercado de trabalho. Temos de trabalhar com as mulheres para que elas estejam preparadas para rebater essa resposta: afinal, esse questionamento não é feito para os homens. Todas essas questões causam danos psicológicos no público feminino, que precisa ter o dobro de autoconfiança e autoconhecimento para não se deixar abalar pelo preconceito e ambiente desfavorável", enfatiza.
Confira a programação das lives de 19 a 22 de outubro
19 de outubro – 19h
Tema: Onde estão as mulheres empreendedoras negras e na tecnologia? Aqui!
A live conta com a participação de Preta Gil (cantora e empresária)
21 de outubro – 19h
Tema: A tecnologia a favor da sua saúde
A live terá a presença de Adriano Rocha Lago, superintendente do Hospital Erasto Gaertner
22 de outubro – 19h
Tema: as dores e os sabores do empreender
A live será apresentada por Renata Zanutto, head do Cubo Itaú
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