Viva o vinho brasileiro
O ano do vinho fino. Assim ficará marcado na história da vitivinicultura brasileira o ano de 2020, batizado como a "Safra das Safras". Desde 2013, as vinícolas não superavam os 20 milhões de litros. O volume saltou para 24,2 milhões de litros no ano passado, um incremento de 56,5%. Já os espumantes caíram 6,6%, passando para 12,6 milhões de litros, com exceção dos moscatéis que tiveram um pequeno acréscimo de 3,9%. Outra queda foi na categoria do suco de uva. As vendas caíram para 166,7 milhões em 2020, uma retração de 5,2%. Estes são os dados oficiais da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), com base no sistema de cadastro vinícola da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul e do Ministério da Agricultura.
Apesar do bom desempenho geral, o setor ainda busca maior competitividade frente aos importados que mesmo com a alta do dólar, cresceram 28,8% no mesmo período. Só que nesse caso, o volume é oito vezes maior que o dos vinhos finos brasileiros, ou seja, em 2019 foram 147,1 milhões de litros. "O trabalho é longo, mas estamos no caminho certo. Agora, uma parcela maior de brasileiros descobriu o vinho nacional e percebeu sua qualidade. Nosso desafio é manter este consumo e ir além", entende Deunir Argenta, presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).
Fatores econômicos, de logística, tributários, diversidade, novas regiões produtoras, desenvolvimento do enoturismo e a mudança de hábitos em razão da pandemia contribuíram para o ganho de competitividade. Mas a grande conquista é a percepção por parte dos brasileiros da qualidade dos vinhos e espumantes nacionais. "Nosso país é um continente e o setor vitivinícola brasileiro, apesar de já existir mais de 20 regiões produtoras, ainda tem 90% de sua produção centralizada no Rio Grande do Sul. Precisamos melhorar ainda mais essa distribuição, aproximando o consumidor dos nossos rótulos", ressalta Argenta.
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