Sul lidera criação de empregos em janeiro
Três das cinco regiões brasileiras criaram empregos com carteira assinada em janeiro. O Sul liderou a abertura de vagas, com 32.169 postos a mais, seguido pelo Centro-Oeste, beneficiado pela safra de grãos, com 27.352 postos. Em seguida, vem o Sudeste, com 18.778 postos. O Nordeste fechou 133 postos de trabalho, e o Norte extinguiu 482 vagas formais no mês passado. Na divisão por estados, 16 registraram saldo positivo, e nove extinguiram vagas. Os destaques na criação de empregos foram São Paulo (+18.663 postos), Santa Catarina (+15.727) e Mato Grosso (+13.715). Os dados foram divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia.
Santa Catarina ficou em primeiro lugar no Sul do país, além de se distanciar dos demais estados. Enquanto o Rio Grande do Sul gerou 10.073 vagas, o Paraná ficou com 6.369 – menos da metade dos empregos catarinenses. O resultado positivo para o mês de janeiro foi puxado pelo bom desempenho da indústria catarinense, especialmente de transformação, responsável por 9.352 novos postos de trabalho. Contribuíram ainda para a geração de empregos o setor de serviços (+4.683) e da construção (+3.583). O único a ter queda foi o comércio de veículos (-3.401). Os novos postos de trabalho impactaram em diferentes regiões do estado. No Vale do Itajaí, o bom desempenho foi puxado por Blumenau (+852) e no Norte, por Joinville (+1.330). O destaque do mês de janeiro, influenciado também pela boa maré no comércio exterior e da movimentação portuária, está nas cidades de Itajaí e Navegantes. Ambas geraram, respectivamente, 793 e 604 novas vagas.
No Brasil foram criados 83.297 postos de trabalho com carteira assinada em janeiro deste ano. No mesmo mês do ano passado, tinham sido criados 155.178 postos de trabalho, nos dados sem ajuste, que não consideram declarações entregues em atraso pelos empregadores. A abertura de emprego formal caiu em janeiro de 2023, por causa da desaceleração econômica e pelo fechamento de vagas temporárias no comércio. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões. Apesar da desaceleração em relação a janeiro do ano passado, houve melhora em relação a dezembro, quando haviam sido fechados 440.669 postos.
Os dados do Caged vêm de onde?
O Caged deve ser preenchido por empregadores com informações sobre admissões e desligamentos de funcionários da empresa. O formulário deve ser enviado por meio de um sistema próprio na internet. Há penalização para as empresas que dispensarem ou contratarem empregados e não derem essa informação ao Ministério do Trabalho. Com base nos cadastros, é possível saber quantas vagas foram abertas e fechadas no país durante um mês e calcular o número de aberturas de vagas líquido (contratações menos desligamentos). É possível saber a abertura e fechamento de vagas por região e setor.
Os dados só abrangem os contratos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), diferentemente da Pnad, que abarca também o setor informal e autônomos. Sua série histórica começa em 1992, embora tenha sofrido mudanças metodológicas que impossibilitam a comparação com números anteriores ao ano de 2020. Uma portaria de outubro de 2019, por exemplo, mudou o sistema de preenchimento de dados, que é feito hoje pelo pelo eSocial, e passou a reunir mais informações na mesma base de dados. O novo Caged tornou obrigatório informar a admissão e demissão de empregados temporários. Antes, essa comunicação era facultativa.
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