Serviços recuam 0,6% em outubro
Em outubro, o volume de serviços prestados no país recuou 0,6% frente a setembro. É o terceiro resultado negativo consecutivo do indicador, que acumulou uma perda de 2,3%, eliminando, portanto, o ganho observado entre maio e julho (2,3%). Duas das cinco atividades pesquisadas ficaram no campo negativo: transportes (-2%), setor com maior impacto sobre o resultado geral do índice, e serviços prestados às famílias (-2,1%). Dessa forma, o setor de serviços se encontra 10,2% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 3,2% abaixo de dezembro de 2022 (ponto mais alto da série histórica). Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE.
O recuo de 2% em transportes manteve um ritmo de queda no setor, que acumula uma perda de 4,3% no período entre agosto e outubro. O volume de transporte de cargas apontou retração de 2,3% enquanto o de passageiros registrou alta de 0,7% na comparação com o mês anterior. "Essa queda nos transportes, que atinge o terceiro mês consecutivo, foi muito influenciada pela queda no transporte de cargas, principalmente no transporte rodoviário de cargas. Isso está ligado à expectativa menor da próxima safra, o que faz com que o transporte de insumos e a preparação da próxima safra seja menor, assim como o fim das colheitas recordes. Em resumo, o setor está passando por um ajuste. A produção industrial também vem demonstrando menor dinamismo, com uma queda nos bens de consumo e bens de capital, que impactam também no setor de transporte de cargas", explica Luiz Almeida, analista da pesquisa.
Os serviços prestados às famílias (-2,1%) eliminaram quase todo o ganho observado em setembro (2,5%). "Esse resultado está ligado principalmente aos serviços de artes cênicas, espetáculos e eventos esportivos. Essa queda já era esperada pois esse aumento em setembro foi devido a um grande festival de música ocorrido naquele mês em São Paulo. Portanto, não houve a continuidade desses ganhos, o que explica a queda do setor, sendo um retorno ao patamar anterior", destaca Almeida. Em sentido oposto, os serviços profissionais, administrativos, complementares apresentaram avanço de 1%, recuperando quase toda a retração apresentada em setembro. O analista do IBGE pontuou que esse resultado confirma uma tendência observada nos últimos meses de um comportamento ainda sem tendência definida do setor, com quedas e aumentos em torno do mesmo patamar.
Em outubro de 2023, o índice de atividades turísticas apontou retração de 1,1% frente ao mês imediatamente anterior, após ter mostrado expansão de 1,5% em setembro. Com isso, o segmento de turismo se encontra 5% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 2,4% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014. Sete dos 12 locais pesquisados acompanharam este movimento de retração verificado na atividade turística nacional (-1,1%). A influência negativa mais relevante ficou com Rio de Janeiro (-9%), seguido por Santa Catarina (-5,1%) e Bahia (-2,6%). Em sentido oposto, São Paulo (1,9%), seguido por Pernambuco (4,2%) e Distrito Federal (3,5%) assinalaram os principais avanços em termos regionais.
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