Itaipu chega ao marco de 3,1 bilhões de MWh produzidos
A Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná, alcançou a marca histórica de 3,1 bilhões de megawatts-hora (MWh) produzidos desde que entrou em operação em 1984. O marco foi atingido às 18h54 da última sexta-feira (5) e divulgado nesta segunda-feira (8) pela Itaipu Binacional, empresa que opera a hidrelétrica. Para se ter noção, a produção de 3,1 bilhões de MWh é suficiente para abastecer o mundo inteiro por 44 dias ou o Brasil por seis anos e um mês. Antes mesmo de chegar ao patamar de 3,1 bilhões de MWh, Itaipu já era a usina que mais produzia energia elétrica em todo o mundo.
Localizada exatamente na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, sendo o lado brasileiro na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, a usina é operada pela Itaipu Binacional, administrada igualmente pelos dois países. A hidrelétrica começou a ser construída em 1973, passando a produzir energia nove anos depois. Um enorme reservatório no Rio Paraná supre a água que aciona as turbinas de Itaipu.
O primeiro bilhão de MWh foi atingido em 2001, período em que o Brasil enfrentava uma crise de racionamento de energia. Em agosto de 2012, a usina atingiu 2 bilhões de MWh. A marca de 3 bilhões foi batida em 10 de março de 2024. Toda a produção do empreendimento é dividida igualmente entre o Brasil e o Paraguai, no entanto, de acordo com o tratado que rege a construção de Itaipu, o país que não consumir toda a energia gerada pode vendê-la para o parceiro estratégico.
Bateria natural
Atualmente, Itaipu responde por cerca de 9% do consumo de energia elétrica brasileiro. Mais do que simplesmente fornecer energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN), a capacidade de geração faz a usina se comportar como uma bateria natural do sistema, ou seja, está sempre pronta para gerar energia quando demandada. Esse comportamento ganha importância à medida que se desenvolvem no Brasil fontes alternativas de energia, como a eólica e a solar, que têm como características ser intermitentes. A eólica, por exemplo, depende da quantidade de vento. A solar só fica disponível durante o dia.
Dessa forma, Itaipu é uma das principais forças da chamada rampa de consumo nos finais de tarde, quando hidrelétricas ─ que podem ter a produção controlada instantaneamente ─ são acionadas para manter o nível de produção e transmissão de energia no SIN. Em algumas ocasiões, Itaipu contribui com até 30% do atendimento a essas rampas.
Historicamente, a quantidade de energia disponível para o lado paraguaio nunca foi totalmente consumida, e o excedente é sempre adquirido pelo Brasil. Há 40 anos, o Brasil consumia 95% do suprimento. Esse cenário seguiu trajetória de queda ao longo das décadas, de forma que em 2024, o Brasil consumia 69%; e o Paraguai, 31%. O consumo crescente do Paraguai faz Itaipu Binacional projetar que, até 2035, não deve haver mais excedente. Essa projeção faz com que Itaipu estude a construção de mais duas turbinas geradoras ─ atualmente são 20.
Com ABR
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