Investimento não faz quarentena
A indústria de painéis de madeira foi puxada pelo setor moveleiro no ano marcado pela pandemia, pois os brasileiros aproveitaram a quarentena para trocar boa parte dos móveis em casa. O fato encorajou as companhias que têm nas árvores cultivadas a base da sua produção a anunciarem um investimento vultoso para o próximo triênio. O segmento prevê investimentos em expansão de R$ 35,5 bilhões até 2023, destinado para florestas, novas fábricas, expansões, tecnologia e ciência. O valor é praticamente o dobro do registrado nos quatro anos anteriores, entre 2016 e 2019, quando foram realizados investimentos de R$ 18 bilhões para a construção de diversas novas unidades.
De olho no futuro, essa indústria investe em pesquisa para oferecer ao mercado bio-produtos e biomateriais da economia circular, biodegradáveis e recicláveis, como mais opções para tecidos verdes. Em 2019, o valor aplicado em inovação cresceu para cerca de 2% de todos os investimentos do segmento. São produtos e matérias-primas como óleos, bio-óleos, lignina, nanofibra, nanocelulose e nanocristais que podem ser empregados nas cadeias alimentícia, automobilística, de cosméticos e medicamentos. A Arauco, a maior empresa do setor em 500 MAIORES DO SUL, patenteou uma solução para painéis revestidos com proteção antimicrobiana e antiviral, cuja produção iniciou em novembro de 2020.
O setor também contribui evitando emissões por meio do uso de produtos de origem florestal. Piso laminado, por exemplo, estoca aproximadamente 47% de carbono. "À medida que ocorrer a transição de uma economia de alta emissão de carbono para a bioeconomia, o setor consegue ampliar seu benefício climático para o planeta", avalia Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas.
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