Encarecimento do crédito freia contratação de dívidas

Juros altos provocam queda do endividamento pela primeira vez desde 2020
Na contramão do endividamento, a taxa de inadimplência apresentou alta

Após 13 meses de alta, o número de famílias que relataram ter dívidas apresentou a primeira redução. De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o total de endividados no país alcançou 76,1% em janeiro, representando uma queda de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior. Já na comparação anual, o indicador teve aumento de 9,6 pontos percentuais.

Segundo a análise, a retração pode ser explicada pelo encarecimento dos juros, que acabou freando a contratação de dívidas neste início de ano. Os dados recentes disponibilizados pelo Banco Central (Bacen), em dezembro de 2021, apontaram aumento de 37,2% para 45,1% nas taxas médias das linhas de crédito com recursos livres às pessoas físicas. Além disso, mesmo tendo apresentado crescimento de 10,6% em termos reais em 2021, de novembro para dezembro, as concessões de crédito tiveram queda de 22,2% na média diária.

Na contramão do endividamento, a taxa de inadimplência apresentou alta. O indicador atingiu 26,4% do total de famílias no país, o maior nível desde agosto de 2020 e a maior proporção para meses de janeiro observada na série histórica da Peic.

Na avaliação por faixas de renda, o endividamento apontou direções distintas para os dois grupos, revertendo a tendência predominante desde abril do ano passado. Entre as famílias com ganhos de até 10 salários mínimos, o percentual de endividados alcançou 77,4%, a primeira queda desde outubro de 2020. Já para a parcela de famílias com rendimentos acima de 10 salários mínimos, o endividamento atingiu a maior proporção histórica de endividados: 71,2%.

A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, atribui esse crescimento ao avanço na vacinação e à menor letalidade da variante Ômicron. "Com a maior flexibilização, as famílias no grupo de renda mais elevada têm revertido suas poupanças, ampliadas durante a pandemia, para o consumo, especialmente de serviços", observa.

Veja mais notícias sobre BrasilEconomia.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Domingo, 05 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/