Economia terá crescimento médio anual de 2% na próxima década

Esse é um dos três cenários do relatório produzido pela Tendências Consultoria
"O cenário básico foi construído a partir do relativo sucesso do governo na aprovação de medidas que, no limite, reforçam o poder de arrecadação do Estado brasileiro", explica Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências Consultoria

Reconhecida como uma das principais casas macroeconômicas do país, a Tendências Consultoria divulgou o relatório Cenários de Longo Prazo, que fornece aos clientes uma análise sobre a trajetória da economia brasileira para os próximos dez anos. O documento também apresenta projeções para as principais variáveis macroeconômicas, como PIB, juros, inflação e câmbio, em três cenários: básico, otimista e pessimista. Os analistas reduziram a probabilidade subjetiva de ocorrência do cenário pessimista de 35% para 25%, e aumentaram as probabilidades dos cenários básico, de 60% para 65%, e otimista, de 5% para 10%. As análises consideraram principalmente o novo arcabouço fiscal aprovado na Câmara e que deve ser chancelado pelo Senado Federal, que reduz o risco de cenários mais pessimistas para as contas do governo a partir da imposição do limite máximo de crescimento das despesas de 2,5%.

No cenário básico desenhado pela Tendências, as projeções apontam para um crescimento médio da economia de 2% entre 2023 e 2032. "Esse cenário foi construído a partir do relativo sucesso do governo na aprovação de medidas que, no limite, reforçam o poder de arrecadação do Estado brasileiro. Esse componente político permitiria que o resultado primário voltasse mais rapidamente ao território positivo, contribuindo para a queda do ritmo de endividamento esperado para os próximos anos", explica Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria.

Já o plano otimista aponta um índice de inflação média de 3,1% entre 2023 e 2032. Nessa projeção, a cena política é determinante, retratando uma evolução institucional e da política econômica, tanto no campo macroeconômico quanto no avanço das reformas estruturais. "A melhoria no ambiente político manteria intacto o funcionamento do regime de metas de inflação. Isso, em combinação com a redução das pressões políticas em torno da autoridade monetária, facilitaria o controle das expectativas inflacionárias", antecipa Alessandra.

Já a inflação média projetada no cenário pessimista é de 6,2% entre 2023 e 2026 e de 4,9% entre 2027 e 2032. Na visão dos especialistas da Tendências Consultoria, esse diagnóstico parte da persistência do quadro inflacionário elevado nas economias avançadas, bem como de uma agenda econômica local mais intervencionista. "Nesse cenário, as variáveis mais sensíveis ao risco político responderiam à piora do ambiente. A taxa de câmbio e o prêmio de risco passariam por forte processo de deterioração, colocando pressão adicional na política monetária. As consequências do desarranjo macroeconômico apareceriam na queda dos investimentos e da produtividade e no uso dos fatores de produção, com a política econômica sendo revista apenas em 2027, devido à vitória eleitoral de grupos políticos defensores da política econômica ortodoxa", detalha Alessandra.

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Quarta, 01 Mai 2024

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