Dívida pública sobe 2,5% em junho
O baixo volume de vencimentos e a alta dos juros e do dólar fizeram a dívida pública federal subir em junho. Segundo números divulgados pelo Tesouro Nacional, ela passou de R$ 5,7 trilhões em maio para R$ 5,8 trilhões no mês passado, alta de 2,5%. O Tesouro prevê que a dívida subirá nos próximos meses. De acordo com o plano anual de financiamento, apresentado no fim de janeiro, o estoque da dívida deve encerrar 2022 entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.
A disparada do dólar em junho contribuiu para aumentar o endividamento do governo. A dívida pública federal externa subiu 10,5%, passando de R$ 226,2 bilhões em maio para R$ 250,1 bilhões em junho. O principal fator foi a alta de 10,7% da moeda norte-americana no mês passado. Os juros altos começam a ter impacto na dívida pública. O custo médio de emissão – quanto o Tesouro paga para botar os títulos no mercado – atingiu 12% ao ano em junho. Esse é o maior nível desde maio de 2017. Custos mais altos indicam maior desconfiança dos investidores para comprarem títulos do Tesouro.
Pelo segundo mês seguido, o colchão da dívida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) subiu. Essa reserva passou de R$ 1,1 trilhão em maio para R$ 1,2 trilhão no mês passado, impulsionada pelo pagamento de R$ 26,7 bilhões em dividendos (distribuição de lucros) de estatais ao Tesouro Nacional.
As instituições financeiras seguem como principais detentoras da dívida pública federal interna, com 30,1% de participação no estoque. Os fundos de investimento, com 23,6%, e os fundos de pensão, com 23,2%, aparecem em seguida na lista de detentores da dívida. Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos financeiros. Em troca, compromete-se a devolver os recursos depois de alguns anos, com alguma correção, que pode seguir a taxa Selic (juros básicos da economia), a inflação, o dólar ou ser prefixada (definida com antecedência).
Com Agência Brasil
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