Beijing move ferrovia no Brasil
A Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) divulgou em seu site que a diretoria da entidade se reuniuna segunda-feira (14), em Beijing, com a equipe da empresa China Railway Eryuan(Creec), que está realizando o estudo de viabilidade da ferrovia que ligará oOeste do Brasil à costa peruana. Os engenheiros chineses pediram informaçõesrelativas à demanda potencial, à logística e aos custos de transporte da região.
Caso consigam obter as licenças ambientais para a obra noprazo previsto, ela será iniciada em 2018 e deverá estar concluída em seteanos. Considerando o know-how chinêsem construção de ferrovias (foram trabalhadores chineses que construíram a ferroviaTranscontinental, nos EUA, e a ferrovia Canadense do Pacífico, no final doséculo 19, e a China hoje conta com mais de 100 mil quilômetros de ferrovias,das quais 20 mil de alta velocidade) e o seu ritmo frenético de trabalho (aferrovia de Qinghai a Lhasa, com 1.956 quilômetros, levou dois anos, apesar dascondições inóspitas da região, com altitude entre 3 mil e 5 mil metros etemperaturas negativas) é até possível que ela fique pronta antes.
E a Transoceânica (ou Transcontinental, ou Bioceânica) seráuma “baita” ferrovia, com 4,2 mil quilômetros no trecho entre Campinorte (MT) eo litoral do Peru ou, caso seja construída também sua ligação com a FerroviaLeste-Oeste, que vai de Ilhéus (BA) até Figueirópolis (TO), o total subirá para5,3 mil quilômetros do Atlântico ao Pacífico. Como ela se encontrará com aNorte-Sul em Tocantins, o Brasil terá finalmente malha ferroviária na região doCerrado, atendendo a maior parte da produção agrícola (soja, milho, carnes)voltada para exportação.
Significa dizer que, dentro de poucos anos, os EUA perderãopara o Brasil a vantagem competitiva da sua logística (transporte fluvial eferroviário) de exportação de alimentos para a Ásia. Desse modo, acompetitividade agrícola brasileira não será mais apenas da porteira paradentro. Traduzindo: assistiremos daqui para a frente um aumento daagressividade comercial e protecionista norte-americana por conta da perda doscompradores de alimentos do leste asiático para o Brasil. Ou não – se bemconheço os chineses: eles continuarão jogando o tempo todo com seus dois maioresfornecedores, como fazem hoje, por exemplo, com a compra de carne suína,brasileira e norte-americana. A cooperativa catarinense Aurora que o diga...
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