O explosivo impacto da guerra sobre os custos da indústria

Alta das matérias-primas se deu acima do esperado em março, após a invasão da Ucrânia pela Rússia
Em cinco setores, o aumento generalizado dos preços nacionais surpreendeu mais de 80% das empresas

Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta quarta-feira (1) revela que a alta dos preços de insumos e de matérias-primas atingiu o setor industrial de modo inesperado em março. Segundo o levantamento, o aumento dos custos de insumos e matérias-primas nacionais superou as expectativas de 71% das empresas, na indústria extrativa e de transformação, e de 73% no caso específico da indústria da construção civil.

Segundo a CNI, 58% das empresas na indústria extrativa e de transformação e 68% na construção relataram aumento de preços de insumos importados acima do esperado. Para a confederação, o resultado coincide com o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que agravou a desestruturação das cadeias de suprimento. Como consequência, além dos atrasos e interrupções no fornecimento de insumos, também houve elevação de preços.

"Em cinco setores, o aumento generalizado dos preços nacionais surpreendeu mais de 80% das empresas. São eles: produtos de borracha, biocombustíveis, metalurgia e veículos automotores e produtos de limpeza. A alta de custos nos insumos importados superou as expectativas de 100% das empresas de biocombustíveis, de 94% das indústrias de produtos de borracha, de 75% do setor de impressão e 73% da indústria química", informou a CNI.

De acordo com a pesquisa, o cenário de atrasos nas cadeias de suprimentos gerou uma reconfiguração na produção das indústrias brasileiras, especialmente nas que dependem de insumos importados, com reflexos em 40% da indústria geral (extrativa e de transformação) e 54% da indústria da construção. Essas indústrias tiveram de mudar a estratégia de aquisição de insumos e matérias-primas e buscar fornecedores no Brasil.

Entre as empresas que já compram no Brasil, 43% da indústria geral (extrativa e de transformação) e 50% da indústria da construção afirmam que buscam outros fornecedores no país. A parcela de empresas nacionais que busca fornecedores alternativos fora do país é de 18% na indústria extrativa e de transformação e de 3% na construção civil.

O levantamento mostra que a proporção de empresas na indústria extrativa e de transformação que preveem normalização da oferta de insumos e matérias-primas, ainda em 2022, é de 39%. O percentual de empresas da indústria geral e da construção que esperam normalização apenas em 2023 é de 25%, de 36% para produtos nacionais e 31% e 45% para importados.

Com Agência Brasil

Veja mais notícias sobre BrasilEconomiaIndústria.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 25 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/