A vez das borbulhas nacionais no ascendente mercado de espumantes
Até pouco tempo restritos a comemorações como aniversários, casamentos e festas de Ano-Novo, os espumantes têm cada vez mais conquistado espaço em happy hours, refeições ocasionais e encontros de amigos, sem a necessidade de uma data especial. O aumento da popularidade da bebida borbulhante é um comportamento internacional. Estudos da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) e de entidades de diferentes países apontam que o produto é a categoria que mais cresce em consumo, algo a ser comemorado no mundo do vinho.
?O Brasil não fica fora disso. Dados mais recentes do Cadastro Vinícola apontam incremento de 22% na comercialização de espumantes no mercado interno em 2018 (19.513.781 litros) em relação a 2013 (15.908.480 litros). O percentual sobe para 83% se considerados somente os moscatéis. Mais amigáveis ao paladar, por conta do aroma potente, da doçura e do bom equilíbrio oferecido pela acidez, os moscatéis são considerados a porta de entrada para quem se aventura entre os rótulos. “O que todos têm em comum é um frescor marcante, resultado de uma acidez natural aos vinhos brasileiros”, considera Maurício Roloff, sommelier e diretor técnico da seccional gaúcha da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-RS).
Estimativas do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) revelam que, anualmente, as vinícolas brasileiras comercializam no país aproximadamente 20 milhões de litros de espumantes, sendo 80% brancos e o restante,?rosés. Algumas empresas nacionais também investem na versão tinta. O Rio Grande do Sul responde por aproximadamente 85% da produção nacional de espumantes. "Tanto no mercado doméstico quanto no internacional, os espumantes são os produtos que mais trazem notoriedade à indústria vitivinícola brasileira. Geraram confiança no consumidor nacional e curiosidade no estrangeiro”, avalia Roloff.
Além do Brasil, que já ganhou notoriedade por elaborar espumantes que conquistaram mais de 1,5 mil medalhas em concursos internacionais, conforme dados da Associação Brasileira de Enologia (ABE), países tradicionais na produção da bebida como França, Itália e Espanha estarão na Wine South America, principal feira profissional do setor na América Latina, de 25 a 27 de setembro, na Serra Gaúcha. Além do Brasil, França, Itália e Espanha, o público da Wine South America poderá conferir na taça rótulos de marcas expositoras de outros seis países já confirmados: África do Sul, Argentina, Áustria, Chile, Portugal e Uruguai.
A exemplo da primeira edição, o Master of Wine britânico Alistair Cooper retornará para conduzir uma degustação com sua seleção dos melhores vinhos e espumantes brasileiros, no dia 25, às 17h30min. “Seguramente, os espumantes brasileiros são os melhores da América Latina, e me anima muito poder prová-los e conhecer mais sobre eles”, disse Cooper durante passagem pela feira em 2018. O especialista é um dos 382 profissionais que detêm o título de Master of Wine no mundo. Já o diretor de ensino da ABS-RS, Júlio César Kunz, ministrará a masterclass “Brasil Borbulhante - Um Passeio Pelos Espumantes Brasileiros”, na qual os participantes irão comparar rótulos de diferentes regiões produtoras do país.
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