Queda do dólar a R$ 3,13 gera oportunidade de compra
O dólar tem recuado enquanto o mercado aguarda por dados dos Estados Unidos e definição do Comitê de Política Monetária sobre o Copom. A aposta majoritária é de alta de 0,5 ponto percentual da Selic, para 13,75% ao ano. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 895 milhões. "Foi o alívio no exterior que se espalhou para os mercados domésticos", resumiu o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold à Reuters.
Dados melhores que o esperado sobre a inflação na zona do euro corroboraram o bom humor nos mercados externos, afastando a ameaça de deflação que tem preocupado os mercados financeiros e o Banco Central Europeu (BCE). Com isso, o euro operava em alta de cerca de 2% ante o dólar. Além disso, a Grécia enviou na terça-feira (2) uma proposta abrangente de reforma aos seus credores internacionais. O país pediu que eles sejam realistas e aceitem o plano para chegar a um acordo que libere a ajuda congelada para o país antes que Atenas fique sem dinheiro.
Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional acertaram os termos de um acordo a ser apresentado à Grécia, em uma tentativa de concluir quatro meses de negociações da dívida. "Parece que a novela da Grécia está acabando e o mercado fica bastante aliviado com isso", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Queda gera oportunidade de compra
Segundo o diretor de câmbio José Faria Júnior, da Wagner Investimentos, a tendência média do dólar foi revertida desde a semana passada, voltando a apontar para alta no médio e longo prazo. Entretanto, essas quedas pontuais nesses últimos dois dias levou a moeda para um ponto interessante para quem pensa em compra no curto prazo. Isso porque o dólar perdeu importante patamar técnico de R$ 3,16 e que sugere novas quedas. "Abaixo disso, o dólar favorece as compras", alerta. Segundo ele, a moeda pode cair para faixa de R$ 3,12 a R$ 3,10, mas no médio prazo a moeda tende a operar entre R$ 3,00 e R$ 3,25.
Do ponto de vista das notícias, para que o dólar caía até o patamar projetado por Júnior, é preciso um acordo na Grécia e dados menos fortes nos Estados Unidos até sexta, quando será reportado o importante Relatório de Emprego. Para ele, uma queda maior do que isto dependerá da continuação das votações no Congresso, que serão retomadas após o feriado. Na terça, a notícia sobre emissão da Petrobras (PETR3; PETR4) ajudou o real a se fortalecer mesmo em dia de alta generalizada do dólar no exterior.
*Com Reuters
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