Como ficam os investimentos após o corte de rating?

A agência de classificação de risco Standard & Poor'scortou o rating do Brasil de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Com isso,o Brasil perdeu o grau de investimento e entrou na categoria "junk"da S&P. O reflexo nos ativos financeiros foi instan...
Dólares

A agência de classificação de risco Standard & Poor'scortou o rating do Brasil de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Com isso,o Brasil perdeu o grau de investimento e entrou na categoria "junk"da S&P. O reflexo nos ativos financeiros foi instantâneo. Em Nova Iorque,os ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras marcavam queda de 5,5% noafter hours da NYSE, por exemplo. Para o educador financeiro André Massaro, osinvestidores devem ter muita cautela e evitar a todo custo a tentativa deaproveitar algum possível "fundo" dos papéis. "O fato de ospreços estarem caindo não significa uma oportunidade. Pode estar barato poisrealmente está ruim. Não enxergo oportunidade na Bolsa ainda. Inclusive, vejotodos os argumentos para ficar fora do mercado acionário agora", alerta.

Renda fixa
Massaro afirma que os títulos de renda fixa também devemrefletir a perda de grau de investimento no curto prazo. “Vai chacoalhar opreço [dos títulos públicos] nospróximos dias. O governo deu um respiro no aumento da taxa de juros [na última reunião, o Copom decidiu manter aSelic em 14,25%, após sete altas consecutivas]. Agora pode ser que o Comitêvolte a aumentar os juros na próxima reunião”, destaca. Portanto, a expectativaé que os prefixados paguem uma taxa maior nos próximos dias, fazendo com que ostítulos que já estão no mercado percam valor.

A explicação é que sem o grau de investimento o investidorinternacional exige um prêmio mais alto para investir no país. É a velharelação risco/retorno, conhecida de qualquer investidor: quanto maior as chancesde não pagamento da dívida, maior o retorno exigido para alguém colocar seucapital ali. “Aumenta-se os juros para aumentar a atratividade”, diz Massaro. AndréAlbo, planejador financeiro da Alta Vista Investimentos, concorda e afirma queos investidores devem priorizar aplicações pós-fixadas atreladas ao CDI(Certificado de Depósito Interbancário), que não sofrem com volatilidade nocurto prazo. "Os juros devem ficar altos por algum tempo", acreditaele.

Risco de calote emtítulos públicos
Apesar dos juros precisarem subir para atrair aplicadores, orisco de calote do Brasil é muito baixo e o pequeno investidor do TesouroDireto não precisa se angustiar. "Não se preocupem com o Tesouro Direto,nem com o risco de crédito da renda fixa em geral. Em um país como o nosso,onde a emissão de moeda é feita pelo próprio governo, não tem motivo para termedo de calote da dívida", destaca Massaro. Albo tem a mesma opinião."O calote de títulos públicos não deve afligir o pequeno investidor. A dívidaexterna é pequena em relação à dívida interna em reais. O governo tem condiçõesde continuar se refinanciando. A diferença é que agora vai pagar um juro maisalto. Vejo o risco de default muito próximo de zero", pontua ele.

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Quarta, 08 Mai 2024

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