Brasil ainda sofrerá com a inflação, prevê especialista
A nova onda de Covid-19 e a eleição presidencial são apenas dois ingredientes que têm criado um cenário de muitas incertezas. "Vivemos uma situação muito desafiadora, para não dizer nefasta", aponta o especialista em mercado financeiro Valore Elbrus, Anderson Peres. "Quem pensa que 2022 será um ano de estabilidade econômica, engana-se. A ancoragem das metas da inflação só será possível no país em 2023, com uma situação política mais clara e também com uma perspectiva melhor do fim de pandemia", explica o também fundador da casa de investimentos sediada em Curitiba.
Para este ano, na visão econômica, o Brasil ainda sofrerá com a inflação, principalmente no setor de insumos básicos. "Comida mais cara, produtos de bem de consumo primários com valor mais elevado, principalmente pela falta de suprimentos que o mundo está sofrendo", antevê o especialista. Neste cenário de inflação mais pressionada, ativos atrelados a ela podem ser boas proteções para as carteiras dos investidores.
"Tivemos, neste último período, uma abertura das taxas e com isso boas oportunidades no mercado de títulos públicos que pagam taxa de juros mais inflação. Além disso, o mercado de crédito privado tem se mostrado resiliente neste cenário e temos observado várias emissões de boas empresas que também remuneram o investidor pagando taxas muito atrativas acima da inflação", sugere.
Com a continuidade do ciclo de alta da taxa de juros, os ativos pós-fixados também voltaram a ser atrativos para o investidor. Porém, por um outro lado, a perspectiva é que o setor de turismo tenha um crescimento acima da média. "Tudo isso impulsiona e movimenta muito o setor de serviços, como hotelaria, restaurantes, transporte aéreo e terrestre. Depois de dois anos de recessão, agora a tendência é crescer e muito", prevê Peres. Segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) o setor terá plena recuperação já no primeiro semestre de 2022, e a previsão é que o setor tenha um crescimento de 30% no próximo ano, em relação à época pré-pandemia.
Os setores citados por Peres foram os que mais sofreram com a pandemia e este cenário de recuperação vai depender da melhora das condições de saúde em geral, com o avanço da vacinação e reabertura de algumas atividades econômicas. "Considerando a reabertura da economia, esses podem vir a ter uma valorização acima daquela esperada pelo mercado. Além disso, a bolsa brasileira tem ficado descontada perante seus pares e com isso começa a gerar boas oportunidades de investimentos", aponta o especialista.
Se o cenário é ruim para a economia, para o setor de investimentos é excelente, aposta Peres. "Com taxa de juros mais alta, avanço da vacinação e bolsa de valores norte-americana indo muito bem, é hora de investir", reforça. "A dica para os investidores é variar os investimentos e estar atento a ações e moeda estrangeira, com os resultados positivos e crescimento da bolsa americana", afirma. A diversificação em ativos descorrelacionados em momento de alta volatilidade é a grande estratégia para uma carteira de investimento ter rentabilidade de forma constante. "A mescla entre ativos nacionais com ativos internacionais traz equilíbrio para os investimentos e, com isso, faz um hedge natural na carteira dos investidores e traz maior tranquilidade nestes períodos turbulentos", finaliza.
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