Ocepar prepara programa para formar novas cooperativas
Organizar pequenos produtores rurais e fomentar a formação de novas cooperativas agropecuárias. Com esse objetivo, a Emater/PR (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) e a Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná) vão desenvolver um programa técnico de viabilidade e incentivo ao cooperativismo. O presidente da Emater, Richard Golba, esteve na sede da Ocepar, em Curitiba, em reunião (foto) com o presidente José Roberto Ricken. Os representantes das duas entidades definiram que equipes técnicas estudarão e desenvolverão um cronograma de trabalho.
Segundo Ricken, o programa vai resgatar um trabalho de apoio técnico que foi essencial para a expansão do cooperativismo na década de 1970, quando a antiga Acarpa (atual Emater) fomentou a formação de inúmeras cooperativas, das quais muitas se tornaram referência nacional e global de desenvolvimento econômico e social. “Vamos formatar um projeto que aproveite o conhecimento e a experiência das duas entidades. A Emater tem uma estrutura abrangente e presente em todo o Paraná, uma capilaridade que garante o acompanhamento técnico próximo e contínuo dos produtores, com a percepção de sua realidade e das potencialidades de cada região”, explicou Ricken.
Para Golba, é papel da instituição organizar os produtores e dinamizar as economias locais. Com a contratação de mais profissionais para atuar no campo, torna-se viável implantar novos programas de organização e extensão rural. “Estamos recebendo um time novo, com 314 novos extensionistas, profissionais qualificados e que chegam com entusiasmo e vontade para fazer uma extensão rural vibrante”, afirmou Golba. Segundo o dirigente, no DNA do extensionista está a organização rural, que está diretamente associada ao cooperativismo. De acordo com ele, o Paraná tornou-se pujante na agropecuária e as cooperativas paranaenses são exemplos globais. “Apesar disso, temos muitos pequenos produtores e também pequenas cooperativas que ainda são carentes e não encontraram espaço para se viabilizar dentro do jogo competitivo do mercado”.
Representantes da Emater e Ocepar concordam que existem inúmeros segmentos nos quais os produtores podem receber assistência técnica e informações que os incentivem a formar cooperativas. Entretanto, o setor de hortifrutigranjeiros orgânicos, lácteos e derivados, entre eles o queijo colonial, além do mel, certamente são os que apresentam mais oportunidades. Somente para a merenda escolar do Paraná, há uma demanda anual de 20 mil toneladas. “Por lei, 100% dos produtos da merenda escolar deveriam ser de origem orgânica, com certificação, o que garante preços melhores ao agricultor. No entanto, apenas 800 toneladas adquiridas cumprem essas exigências, pois não há produção para atender a demanda”, lembrou o presidente da Emater. “É um estímulo à organização de mais produtores e cooperativas que possam fornecer esses alimentos. É uma demanda que está pronta, à espera de novos fornecedores”, completou Golba.
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