Estimativa de agosto prevê safra recorde no ano
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo IBGE, mostra que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve registrar novo recorde em 2023, totalizando 313,3 milhões de toneladas. Trata-se de um volume 19% maior que o obtido em 2022 (263,2 milhões de toneladas). A área a ser colhida este ano deve ser de 77,5 milhões de hectares, 5,8% maior do que a área colhida em 2022 (aumento de 4,3 milhões de hectares), e 0,6% maior que a estimativa de julho. Frente a 2022, houve altas de 25,8% para a soja, de 10% para o algodão herbáceo (em caroço), de 38,8% para o sorgo, de 16% para o milho e de 8,2% para o trigo, enquanto para o arroz em casca houve decréscimo de 5,5%. As estimativas de produções da soja, do milho, do trigo e do sorgo têm expectativa de recorde.
De acordo com o gerente do LSPA, Carlos Barradas, o crescimento da produção se deve ao aumento de área, aos maiores investimentos realizados pelos produtores e ao clima que, de uma maneira geral, beneficiou quase todos os estados. "O clima tem sido favorável e, apesar do Rio Grande do Sul, que teve uma quebra de safra, a maior parte dos estados tem aumentado as estimativas anteriores, pois já estão na fase da colheita da segunda safra e se deparando com rendimentos maiores. O clima tem beneficiado bastante, especialmente para os produtos de segunda safra como o milho. No ano passado, começou a chover na época certa, o que aumentou a janela de plantio do milho; os preços estavam bons e os produtores investiram mais. Em relação à expansão de 19% na produção, isso significa 50,1 milhões de toneladas a mais, algo fantástico", analisa Barradas.
A produção do trigo também pode vir a ser recorde caso se mantenham as condições climáticas favoráveis. Barradas observa que o trigo ainda está no campo e muitos fatores podem impactar a produção, mas, por enquanto, tudo leve a crer que será produção recorde, apesar de ajustes nos estados produtores. "O Paraná reduziu 1,8% a estimativa em relação ao mês anterior, mas apresentou crescimento de 32,7% em relação à 2022. O Rio Grande do Sul apresentou, em agosto, um declínio de 9,1% nas estimativas em relação a 2022, mas a safra do estado no ano passado foi um recorde, atingindo 5,3 milhões de toneladas. Esse declínio é até pequeno, pois a base de comparação foi elevada. O cenário, até o momento, é positivo. Precisamos de pouco tempo para consolidar essa safra boa de trigo", avalia Barradas.
A estimativa da produção apresentou variação anual positiva para todas as regiões: Sul (26,6%), Centro-Oeste (19,4%), Sudeste (8,9%), Norte (21,2%) e Nordeste (7,7%). O Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,6%, seguido pelo Paraná (14,8%), Goiás (10,1%), Rio Grande do Sul (9,4%), Mato Grosso do Sul (8,9%) e Minas Gerais (6,2%), que, somados, representaram 80% do total.
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