Políticos, pasmem, são uns infelizes

Conheci algumas dezenas de políticos na minha vida. É claro que a grande maioria dos adultos com quem convivi social ou profissionalmente não eram políticos. Podiam ser profissionais liberais, comerciantes, industriais, quadros diretivos, artistas, a...
Políticos, pasmem, são uns infelizes

Conheci algumas dezenas de políticos na minha vida. É claro que a grande maioria dos adultos com quem convivi social ou profissionalmente não eram políticos. Podiam ser profissionais liberais, comerciantes, industriais, quadros diretivos, artistas, atletas, artesãos e miríade de empregados de organizações como eu mesmo fui. Diante dessa amostragem, posso garantir que os políticos jamais pontuaram como a mais feliz das categorias. 

As pessoas dizem: mas como? E entendo-lhes a indignação. Afinal, esses caras, especialmente no Brasil, têm a vida totalmente bancada pelo contribuinte. Pagamos os R$ 150 mil do tratamento dentário do pastor Feliciano, o almoço de Alcolumbre e o papel higiênico dos meninos de Bolsonaro – que devem usar quilômetros todo mês. Como então eles não são felizes, você me perguntará. Ora, nem tudo na vida é dinheiro ou "frindge benefits".

Sim, a vida é a realização das pequenas coisas que a tornam grande. O sujeito que do momento que desperta ao momento que vai dormir só consegue falar dele, e que só consegue pilotar os interesses próprios, e que só recebe gente que vem falar sobre ele, e que só contempla o interesse alheio em função do que é bom para o projeto político dele, é um camarada, sob a maioria dos aspectos válidos, muito infeliz. Ou não?

Que ninguém se iluda: 90% dos deputados, senadores e governadores vivem nessa batida. Daí a quantidade de filhos esquemeiros e carreiristas que eles congregam em torno de si. Daí os assessores travestidos de asseclas e os laranjas que lhes ornam os únicos pomares que sabem apreciar. Daí, sobretudo, a companhia de mulheres de programa e arrivistas, espécie de consorciadas no assalto prazeroso ao erário. Amor que é bom, esqueçam. 

Há exceções? Sim. Mas não há exceções que firam frontalmente essa regra. O peso das tecnologias magnifica a obsessão com o olhar externo. As coisas ficaram de forma tal que já não há sequer aquele alívio que propiciavam as viagens aos camiseiros de Roma e às lojas de Paris. Todo momento tem de ser midiático e todo espaço tem de ser monetizado. Os bastidores da vida de um político são dignos de um manicômio com torneiras de ouro. 

Sei que poucos vão acreditar, mas sou amplo defensor dessa tese. 

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Quinta, 28 Março 2024

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