UFSC debate a “Rota da Seda Século 21”

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizará debate em Florianópolis nos dias 27 e 28 de junho sobre o megaempreendimento chinês denominado “Belt and Road Initiative” (BRI) ou, no popular, a “Rota da Seda Século 21”, com a participação d...
UFSC debate a “Rota da Seda Século 21”

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizará debate em Florianópolis nos dias 27 e 28 de junho sobre o megaempreendimento chinês denominado “Belt and Road Initiative” (BRI) ou, no popular, a “Rota da Seda Século 21”, com a participação de Antônio Padula, Tom Dwyer e Marcos Cordeiro Pires, professores convidados da Ufrgs, Unicamp e Unesp, com longa experiência de relacionamento com a China; Araken Alves de Lima, do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI); o professor Miao Ji, da Universidade de Relações Exteriores da China; o ministro Song Yang, da Embaixada da China; e este colunista. 

Promovido pelo Projeto Estudos sobre a China na UFSC (foto), iniciativa dos programas de pós-graduação em Sociologia Política e em Relações Internacionais, e com o apoio da Pro-Reitoria de Extensão e da Secretaria de Relações Internacionais, o evento “Jornadas Acadêmicas – A nova Rota da Seda: perspectivas brasileiras e chinesas” é aberto, gratuito e será realizado no auditório do Centro Socioeconômico da UFSC, a partir das 8h do dia 27. 

Mais que debater as implicações positivas e negativas do BRI para o Brasil, e em particular para Santa Catarina e a UFSC, o evento pretende despertar o interesse em professores e estudantes universitários de todas as áreas, a estudarem a China e a aprenderem a língua chinesa. Antes tarde do que nunca: há 12 anos Santa Catarina é “irmã” da província chinesa de Henan (94 milhões de habitantes); a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) promove viagens de industriais à Feira de Cantão há 15 anos; as empresas catarinenses Sadia, Embraco e WEG foram para a China há quase 20 anos; Chapecó estabeleceu relação de cidade-irmã com Lingbao (Henan) em 1997, e depois dela também Joinville e Itajaí fizeram relação de “irmanamento” com cidades chinesas; e a partir dos anos 2000, cada vez mais lojas catarinenses importam e vendem produtos chineses, e muitas indústrias tradicionais do estado fabricam seus produtos na China e comercializam aqui. 

Disputando o primeiro lugar ombro a ombro com os Estados Unidos, a China é hoje o maior parceiro comercial de Santa Catarina, destino de 16% das exportações do estado em 2018. Tomara que o aumento do interesse em estudar a China ajude a alterar a participação de manufaturados no comércio exterior catarinense e a equilibrar a balança comercial. Em 2018, a importação de manufaturados chegou a 84% do total, contra 50% nas exportações, e o déficit comercial atingiu US$ 6,5 bilhões. Para Santa Catarina, que sempre se vendeu como “estado exportador”, a permanência de déficits na sua balança comercial, desde 2009, é realmente um fato a ser estudado, assim como a menor participação de manufaturados nas vendas, porque ambos se traduzem em menos empregos e menos impostos. 

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Quinta, 12 Dezembro 2024

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