Investimentos em usinas eólicas no Sul ameaçados

A falta de linhas de transmissão deverá limitar a expansão das usinas eólicas no Sul e também no Nordeste até 2020. Por isso, o governo teria divulgado que o próximo leilão para contratação de novos projetos de geração será fortemente impactado pela ...
Investimentos em usinas eólicas no Sul ameaçados

A falta de linhas de transmissão deverá limitar a expansão das usinas eólicas no Sul e também no Nordeste até 2020. Por isso, o governo teria divulgado que o próximo leilão para contratação de novos projetos de geração será fortemente impactado pela falta de infraestrutura para escoar a energia produzida. Uma nota técnica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revela que está esgotada a capacidade da rede elétrica para receber novas usinas especificamente no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Rio Grande do Norte e que isso prejudicará investidores eólicos e de energia solar fotovoltaica. “Atrasos em obras da estatal Eletrosul, subsidiária da Eletrobras, também ajudaram a levar à atual situação de esgotamento da capacidade da rede em absorver novas cargas no Sul”, revela a nota técnica conjunta da EPE e do ONS. O secretário de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, Lucas Redecker, estima que um potencial de investimento da ordem de R$ 13 bilhões está ameaçado caso os projetos não saiam do papel.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) estima que 90% das usinas que se cadastraram para o leilão deverão ser vetadas devido aos problemas com as linhas de energia. O leilão de energia de reserva, para geração solar e eólica, está marcado para 16 de dezembro. A entidade estima que o problema de persistir já que a solução depende da construção de novas linhas, muitas das quais ainda precisarão ser licitadas, e da retomada de obras paradas no Nordeste da espanhola Abengoa, que suspendeu as atividades no país após sua matriz entrar com pedido preliminar de recuperação judicial.

Outro fator que ajudou a complicar o panorama da transmissão foi o insucesso das licitações de novos empreendimentos no setor desde 2013, a partir de quando parte significativa das concessões para construção de linhas oferecidas pelo governo não atraiu investidores. A projeção de normalização do cenário a partir de 2020 leva em consideração uma melhoria do quadro nos leilões de transmissão. De acordo com a Abeeólica, novos fracassos nessas licitações poderiam prolongar os problemas.

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Sábado, 14 Dezembro 2024

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