Setor de mineração é um dos mais resilientes à Covid-19

Estudo da PwC avalia desempenho das 40 maiores empresas ao redor do globo
Porém, o relatório alerta as companhias para a necessidade de adaptação aos impactos causados pela pandemia no longo prazo

O setor de mineração, até o momento, vem enfrentando sem grandes dificuldades a crise provocada pela Covid-19, segundo o relatório Mine 2020, da PwC. A análise estima que o impacto da pandemia para as 40 maiores mineradoras globais, segundo o critério de valor de mercado, deva ser relativamente moderado este ano, com base em estimativas de produção e preço das commodities – e com o aproveitamento desse momento, por parte das empresas, para redesenharem suas estratégias de negócios a fim de mitigarem eventuais riscos econômicos e sociais.

A lista (organizada de acordo com o valor de mercado em 31 de dezembro do ano passado) é encabeçada por BHP, Rio Tinto e a brasileira Vale, incluindo ainda produtoras importantes de commodities como carvão (China Shenhua), níquel (MMC Norilsk Nickel) e ouro (Newmont Corporation). O estudo prevê um impacto de, aproximadamente, 6% na receita das 40 maiores mineradoras em 2020, o equivalente a US$ 649 bilhões, devido à queda dos preços das commodities. Segundo o relatório, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e redução ao valor recuperável) deve apresentar queda do mesmo montante (6%), para US$ 157 bilhões.

"O setor tem mantido uma performance boa mesmo em situações ruins", avalia Valiño, sócio da PwC e líder do setor de mineração

Com base nestes dados, a PwC acredita que as 40 maiores empresas estejam em uma posição hábil para enfrentar com força e resistência a incerteza econômica trazida pela pandemia, com finanças saudáveis e empresas operando normalmente. "O setor de mineração tem mantido uma performance boa mesmo em situações ruins", avalia Ronaldo Valiño, sócio da PwC e líder do setor de mineração. "Esse é um diferencial da mineração: as empresas estão de certa forma acostumadas a uma certa flutuação de preços, além de terem ajustado os custos, aumentado a automação e reduzido a influência humana. Isso faz com que elas possam ter essa resiliência, sentindo bem pouco os impactos da crise provocada pelo Covid-19", argumenta o especialista.

Porém, apesar da perspectiva positiva, o relatório alerta as companhias para a necessidade de adaptação aos impactos causados pela pandemia no longo prazo, que ainda permanecem incertos. Entre as muitas possibilidades, estão ações ligadas à localização das cadeias de suprimento, com maior aproximação das comunidades locais como estratégia de redução de riscos. O estudo destaca a diferença nas curvas de preço das commodities minerais, com o ouro e o minério de ferro em alta até aqui, enquanto os preços dos metais básicos estão em declínio desde janeiro. 

Veja mais notícias sobre IndústriaCoronavírus.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 25 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/