Comércio tem o pior semestre desde 2016

Varejo teve retração de 3,1% entre janeiro e junho
Hipermercados e supermercados, considerados essenciais durante a pandemia, não sofreram tanto impacto quanto as outras atividades

O volume de vendas do varejo cresceu 8% em junho, após a alta recorde de 14,4% em maio. Apesar dos números positivos nesses dois meses, o varejo fechou o primeiro semestre com retração de 3,1%, frente ao primeiro semestre de 2019, influenciado pelas medidas de isolamento social para contenção da pandemia de Covid-19. Esse resultado semestral é o menor desde o segundo semestre de 2016 (- 5,6%).

"Os resultados positivos eram esperados porque viemos de uma base de comparação muito baixa, que foi o mês de abril (-17%). Esse crescimento, então, foi praticamente generalizado, distribuído em quase todas as atividades. Desde o começo da pandemia, a gente bate muitos recordes, tanto negativos quanto positivos, então os números estão muito voláteis", explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

Com exceção de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, atividade que teve queda de 2,7% frente a maio, todas as outras atividades analisadas pela pesquisa cresceram nessa comparação. Os maiores percentuais foram de livros, jornais, revistas e papelarias (69,1%), tecidos, vestuário e calçados (53,2%), móveis e eletrodomésticos (31%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (26,1%). "Há um movimento de adaptação. Tanto móveis e eletrodomésticos quanto livros, jornais, revistas e papelarias são duas das atividades com maior potencial de adaptação, principalmente nas pequenas e médias empresas, que sempre tiveram o comércio calcado na venda física. Com a pandemia, ao longo do tempo, elas aprenderam a ofertar seus produtos de maneira distinta e a trabalhar com entrega, por exemplo", analisa Santos.

De acordo com ele, como as atividades de artigos farmacêuticos e perfumaria e hipermercados e supermercados foram consideradas essenciais durante a pandemia, não sofreram tanto impacto quanto as outras atividades. "O setor de hipermercados pesa muito no indicador. Nesse mês a participação dele foi de 50,8%. Essa variação grande e volátil das outras atividades foi contida por esse setor e segurou o índice em 8%", completa.

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 12,6% em relação a maio. Pelo segundo mês consecutivo, os resultados apontaram menor impacto do isolamento social no comércio. De todas as empresas coletadas pela pesquisa, 12,9% relataram impacto em suas receitas em junho por conta das medidas de isolamento social. Em maio, esse número era 18,1%.

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Quinta, 25 Abril 2024

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