Setor vinícola encerra 2017 com alta de 5,6%

Com uma retomada iniciada no terceiro trimestre e que ganhou fôlego nos últimos três meses do ano, o setor vitivinícola terminou 2017 com dados positivos, apresentando crescimento de 5,6% nas vendas no mercado interno. No total, foram comercializados...

Com uma retomada iniciada no terceiro trimestre e que ganhou fôlego nos últimos três meses do ano, o setor vitivinícola terminou 2017 com dados positivos, apresentando crescimento de 5,6% nas vendas no mercado interno. No total, foram comercializados 363,1 milhões de litros de vinhos, espumantes, sucos e outros derivados da uva. Nos vinhos tranquilos, as vendas ficaram positivas em 2,2%, com 189,3 milhões de litros comercializados. Os vinhos espumantes ampliaram o volume em 3,2%, com 17,4 milhões de litros, e os sucos de uva 100% prontos para consumo foram os itens que mostraram melhor desempenho, com expansão de praticamente 16% ante o ano anterior, com 109 milhões de litros vendidos. 

“O início do ano foi bem difícil, pois vínhamos de uma quebra de safra recorde [ocorrida em 2016], que aumentou os custos de produção, diminuiu a oferta de produtos, junto com uma crise econômica e política que deixou o mercado bastante retraído. Essa conjuntura começou a se dissipar apenas a partir do terceiro trimestre”, observa Oscar Ló, presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). “A partir daí, os espumantes e os sucos, bebidas onde temos maior competitividade, já estavam com vendas melhores que em 2016, mas foram os últimos três meses do ano que recuperamos os resultados de fato”, complementa o dirigente.

No ano passado, 32% do total das comercializações foram efetivadas entre outubro e dezembro. Marcio Ferrari, vice-presidente do Ibravin, observa que, a partir da metade do ano, com o ingresso dos produtos elaborados a partir da nova safra houve um arrefecimento nos custos e, por consequência, nos preços ofertados ao consumidor, assim como uma melhoria na perspectiva econômica no país. Com o resultado, no mercado doméstico, os rótulos nacionais mantiveram a participação de 61,5% nas vendas de vinhos e de 71% nos espumantes. Somando as vendas dos produtos brasileiros com os volumes de importação, o mercado de vinhos ampliou em 13%. No ano passado, ingressaram no país aproximadamente 125,8 milhões de litros de vinhos e espumantes, representando alta de 36,6% ante 2016. O suco de uva, por sua vez, recuou 18,7%, com o ingresso de 226,5 mil litros. 

Para esse ano, a perspectiva é de ampliação dos resultados positivos iniciados no último trimestre de 2017 devido à normalização dos estoques e aos produtos elaborados a partir da safra deste ano, considerada de excelência em qualidade. Entretanto, para ampliar a competitividade mercadológica, o setor trabalha pela retirada do vinho do regime de Substituição Tributária (ST). No início do mês, durante o lançamento da Wines South America, feira internacional que será realizada em setembro, em Bento Gonçalves, Ló fez um pedido para que o governo do Rio Grande Sul lidere um movimento pelo fim da ST. “O Rio Grande do Sul, como maior produtor de uvas e vinhos do país, tem de dar o exemplo junto ao Confaz [Conselho Nacional de Política Fazendária]. Não estamos pedindo redução de alíquotas, embora este também seja um grande pleito do setor. O que buscamos é alteração na forma de cobrança do ICMS, que pelo regime estabelecido onera principalmente as empresas vinícolas. Diversas unidades da Federação já estão alterando sua legislação e eliminando a ST, já que com os atuais instrumentos existentes para o controle fiscal, a cobrança antecipada do tributo não se justifica. Temos certeza de que com esta medida, não haverá perda de arrecadação e poderá estabelecer um estímulo para ampliar ainda mais as vendas no mercado interno”, defendeu. Os estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Maranhão e Pará já retiraram o mecanismo da ST para os vinhos. 

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Quarta, 11 Dezembro 2024

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