Gerdau já colhe frutos de “reinvenção”

A competitividade chinesa e os desafios da siderurgia mundial levaram a Gerdau a modernizar sua cultura corporativa. Fazem parte do receituário ações como dar maior autonomia para as operações, desenvolvimento de novas lideranças e a adoção de um mod...
Gerdau já colhe frutos de “reinvenção”

A competitividade chinesa e os desafios da siderurgia mundial levaram a Gerdau a modernizar sua cultura corporativa. Fazem parte do receituário ações como dar maior autonomia para as operações, desenvolvimento de novas lideranças e a adoção de um modelo de gestão mais voltado para o cliente. Outro passo importante está sendo a contínua reavaliação de ativos da maior empresa da região, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ em parceria com a PwC. A unidade operacional que não atingir determinada meta de rentabilidade, por exemplo, pode ser passível de negociação. Isso ocorreu recentemente com a venda da produtora de aços especiais na Espanha para a Clerbil SL, em maio. 

“O escopo de possibilidades é amplo. Podemos, futuramente, anunciar [a formação de uma] joint venture ou fazer uma venda parcial, por exemplo. Não temos pressa ou meta específica, mas importantes decisões devem ser tomadas ao longo deste ano e do próximo. Temos alternativas e estamos explorando várias delas. Isso faz parte da Gerdau que estamos reinventando”, anunciou André Gerdau Johannpeter, diretor-presidente da companhia, durante conferência nesta quarta-feira (10). Outra novidade na Gerdau é a adoção da TI em áreas como logística e vendas. Os conceitos, adotados há cerca de dois anos, já rendem frutos. Tanto é que alguns dos principais números do segundo trimestre vieram acima da expectativa do mercado. O lucro líquido reportado foi de R$ 184 milhões no período, valor 15,7% maior do que previa a XP Investimentos. Este lucro foi 1.214% superior ao do trimestre anterior, quando a companhia havia lucrado um valor modesto, de R$ 14 milhões. A receita líquida atingiu R$ 10,2 bilhões entre abril e junho, avanço de 2% em relação ao trimestre anterior (veja outros dados na tabela ao final desta reportagem). 

Parte desse resultado também se deve ao aumento da confiança na melhora da economia brasileira, algo que a Gerdau tem presenciado nos últimos meses. “Há um sentimento de que o país parou de cair. Ainda é cedo para dizer se haverá retomada e quando, porém há pequenos sinais que me fazem crer que o segundo semestre será melhor. A venda de carros parou de cair, entretanto ainda há necessidade da volta do emprego para que as pessoas possam consumir”, analisou Johannpeter revelando que a capacidade operacional da companhia atingiu o índice de 75% no segundo trimestre (era 65% entre janeiro e março). Outra expectativa do executivo é que o governo possa acelerar o processo de concessão de portos, rodovias e aeroportos – o que aumentaria a demanda por aço no Brasil e compensaria a queda das vendas nos segmentos da construção civil e automóveis. “Ainda está sendo desenvolvida a regulação dessa política. Mas acho que a discussão está indo na direção certa”, opinou Johannpeter. 

Informações selecionadas

2º Tri 16

2º Tri 15

Var. (em %)

1º Tri 16

Var. (em %)

Vendas (Mil Toneladas)

4.240

4.271

(0,7)

3.851

10,1

Receita Líquida  (R$ Milhões)

10.249

10.759

(4,7)

10.085

1,6

Margem Ebitda  (%)

11,7

11,1

-

9,2

-

Lucro Líquido (R$ Milhões)

184

265

(30,6)

14

1.214,13

*Lucro líquido ajustado no 2T16 por eventos extraordinários.

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Quinta, 12 Dezembro 2024

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