Coamo: o cooperativismo ganha impulso

O case a seguir faz parte do livro “Paraná – Grandes Marcas”, publicado pelo Instituto AMANHÃ. O sistema cooperativista é referendado em todo o mundo por sua gestão de qualidade. Algumas cooperativas despontam nesse Olimpo, graças ao esforço contínuo...

O case a seguir faz parte do livro “Paraná – Grandes Marcas”, publicado pelo Instituto AMANHÃ.


O sistema cooperativista é referendado em todo o mundo por sua gestão de qualidade. Algumas cooperativas despontam nesse Olimpo, graças ao esforço contínuo de seus cooperados e, também, da direção executiva. Esse é o caso da Coamo Agroindustrial Cooperativa, a maior do gênero na América Latina, criada em 28 de novembro de 1970. O atual presidente, José Aroldo Gallassini, costuma comparar a administração com uma toalha molhada para destacar a importância da gestão se valer de ferramentas utilizadas pelas empresas em geral. “Quando parece que não sai mais nada, a gente torce bem e tira a última gota: é essa que faz a diferença”, compara. Uma dessas “torcidas” envolve a compra de matérias-primas, e a negociação é essencial para fechar bons negócios. Essa posição está alinhada com um dos valores da Coamo, que é o cooperativismo de resultado. 

A gestão costurada ao longo dos anos possibilitou o crescimento exponencial da cooperativa. Em 1975, ou seja, apenas cinco anos depois de ser constituída, a Coamo instalou a sua Fazenda Experimental, a loja de peças, e implantou o seu moinho de trigo – primeira indústria na história da organização. Nesse mesmo ano, o engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini foi eleito presidente, pela primeira vez, em 18 de janeiro. O impulso maior foi dado a partir dos anos 1980. Nesse período, o setor agroindustrial deu um grande salto com a inauguração de outras indústrias, como as de óleo de soja e fiação de algodão. Em 2000, foi inaugurada a fábrica de margarina. Entrepostos também foram sendo criados em diversos municípios. Hoje, eles existem em 70 municípios nos estados do Paraná, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul. Quase próxima de completar meio século de sua fundação, a Coamo vem aumentando ano a ano seus volumes de recebimento, perfazendo cerca de 3,2% de toda a produção nacional de grãos e fibras, e 17% da safra paranaense.

O tripé cooperados-diretoria-funcionários é a base da gestão da Coamo. Isso faz com que a diretoria se reúna com os cooperados no campo duas vezes por ano. Nessas ocasiões, são debatidos os assuntos da cooperativa e apresentada a situação da agricultura nacional, bem como os serviços e programas desenvolvidos pela Coamo em prol do incremento de diversificação, produtividades e renda dos cooperados. Atualmente, são mais de 28 mil agricultores associados, um quadro funcional de mais de 7 mil colaboradores efetivos, com uma média mensal de 1,5 mil funcionários temporários e terceirizados. 

Números gigantes 
Em qualquer aspecto, a Coamo oferece números que apresentam uma ideia de sua magnitude. Em 2017, por exemplo, a cooperativa obteve receita global de R$ 11 bilhões e distribuiu R$ 320 milhões em sobras [lucro distribuído entre os associados ao final de cada ano fiscal]. Nesse mesmo período, foi industrializado um total de 1,3 milhão de toneladas de soja, 202,8 mil toneladas de trigo, 3,3 mil toneladas de café beneficiado e 6,1 mil toneladas de algodão em pluma. A Coamo exportou 3,8 milhões de toneladas de produtos com um faturamento de US$ 1,2 bilhão. Esse valor faz com que a cooperativa sediada em Campo Mourão, Centro-Oeste paranaense, figure como a 20ª maior empresa exportadora do país, e a primeira do Paraná, sendo também a maior embarcadora de produtos no porto de Paranaguá. A Coamo recolheu R$ 463,6 milhões em tributos e investiu nos 12 meses de 2017 nada menos que R$ 391,7 milhões. Tudo isso coloca a Coamo como a 42º maior empresa do Brasil, num ranking que engloba organizações públicas, privadas e multinacionais.

A cooperativa está investindo na instalação de duas indústrias no município de Dourados, consolidando a presença da Coamo em Mato Grosso do Sul, onde até então atuava apenas na captação de grãos, levados para fora do estado. Com previsão de entrada em operação em 2019, a obra deve chegar a empregar até 1,5 mil trabalhadores contratados pelas empreiteiras. O novo empreendimento deve gerar 350 empregos diretos. A planta terá uma indústria de processamento de 3 mil toneladas de soja por dia, produção de farelo e óleo, e uma refinaria para 720 toneladas diárias de óleo de soja refinado – volume equivalente a 15 milhões de sacas de soja anuais. No total, a cooperativa está investindo um montante de R$ 650 milhões na unidade sul-mato-grossense. Com a expansão, a capacidade diária total de processamento de soja será aumentada das atuais 5 mil toneladas ao dia para 8 mil toneladas diárias. Já a capacidade de refino sairá das atuais 660 toneladas para 1.380 toneladas de óleo de soja refinado por dia.

Unidos para crescer
Desde o início de suas atividades, em 1970, a Coamo tem mantido um crescimento constante respaldado na união, no trabalho, no profissionalismo e na busca de tecnologias para o desenvolvimento de suas atividades. A cooperativa nasceu do sonho de 79 agricultores, na busca de uma vida melhor para suas famílias e, hoje, é a realidade de milhares de pessoas que acreditam no cooperativismo e na força do trabalho em conjunto.

Com mais de 7 mil colaboradores treinados e capacitados, a Coamo presta atendimento de qualidade ao seu quadro social. Além do fornecimento de máquinas e implementos, peças, óleos lubrificantes, produtos veterinários e insumos agrícolas, é disponibilizada aos cooperados uma eficiente assistência financeira, agronômica e veterinária, com mais de 260 profissionais para o acompanhamento da produção, prestando apoio desde o planejamento do plantio até a comercialização, com foco no aumento da produtividade a cada safra.

A estrutura organizacional da Coamo busca o aumento de produtividade e renda do quadro social, e beneficia diretamente mais de 100 mil pessoas. Com essa visão, o idealizador e presidente da cooperativa, José Aroldo Gallassini, destaca que a melhor alternativa é a industrialização que amplia a renda dos cooperados e gera mais qualidade de vida no campo, além de garantir divisas para o país. “Com esse trabalho, estamos colocando alimentos de alta qualidade na mesa de milhares de consumidores do Brasil e do exterior. Estamos investindo, pois a demanda por nossos alimentos ainda é grande na região em que atuamos”, afirma. 

Toda essa dedicação sempre fez parte da Coamo, em uma busca constante de evolução comercial e técnica, e os associados são conscientes dessa necessidade. Assim, surgiu a Fazenda Experimental da Coamo, laboratório a céu aberto com a missão de desenvolver pesquisas para a produção de alimentos. Um de seus diferenciais é abrir, duas vezes ao ano, as suas porteiras para a realização dos Encontros de Verão e Inverno. “Produzir alimentos é uma grande responsabilidade, por isso, cumprimos essa tarefa com muita seriedade e comprometimento. Essa postura, o nosso quadro social adota há vários anos”, registra Gallassini.

No campo do marketing, a cooperativa fez uma aposta de peso. Pela primeira vez em sua história, por meio da sua linha alimentícia comercializada pelas marcas Coamo, Primê, Anniela e Sollus, foi eleita uma embaixadora para representar todas elas. Ana Maria Braga, consagrada por sua simpatia, carisma e, claro, por suas receitas, é a garota-propaganda das grifes de alimentos. O conceito escolhido para traduzir a parceria foi “de sabor você entende”, reforçando a característica que a apresentadora da Rede Globo e a cooperativa paranaense têm em comum: o cuidado com a qualidade e com o sabor dos produtos que vão para a mesa. 

E assim, com uma atuação firme e cooperativismo de resultados, a Coamo tem na excelência no trabalho e profissionalismo, com a participação do seu quadro social, produzindo alimentos para o Brasil e o mundo com segurança, eficiência e qualidade.

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Sábado, 14 Dezembro 2024

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