Bolsa fecha a semana em queda e dólar vai a R$ 3,24

Depois de cair quase 2%, o Ibovespa amenizou perdas nesta sexta-feira (13) e recuperou metade da queda do pregão antes de fechar em eleve baixa. Apesar das tensões no cenário político, vendas do varejo tiveram uma surpreen...

Depois de cair quase 2%, o Ibovespa amenizou perdas nesta sexta-feira (13) e recuperou metade da queda do pregão antes de fechar em eleve baixa. Apesar das tensões no cenário político, vendas do varejo tiveram uma surpreendente recuperação, subindo 0,8% em fevereiro ante uma expectativa de retração de 0,3%. No cenário externo, dados fracos na economia norte-americana arrefeceram previsões de uma alta nos juros dos Estados Unidos antes do esperado pelo mercado. O Ibovespa fechou em queda de 0,58%, a 48.595 pontos. Já o dólar comercial subiu 2,77%, a R$ 3,2490. Na semana, a alta foi de 6,59%, e no ano a moeda norte-americana já acumula um avanço de 22,8%. A disparada do dólar no exterior e as incertezas políticas  no Brasil explicam a pressão sobre o câmbio – pelo menos essa é a tese que vigora entre os operadores. “Ninguém quer passar o fim de semana descoberto”, disse um operador ao jornal Valor Econômico, lembrando que as manifestações previstas para esta sexta e domingo prometem aquecer o ambiente de instabilidade política.

 

Para o analista da WinTrade, Bruno Gonçalves, os dados abaixo do esperado nos Estados Unidos, com inflação ao produtor caindo 0,5% e índice de confiança do consumidor caiu para 91,2 pontos, junto com as vendas no varejo aqui no Brasil, que subiram 0,8% são vetores positivos no pregão. Já segundo a área de análise da XP, não tem nada que explique esta recuperação à tarde, exceto a virada de Vale e amenização de perdas dos bancos. É importante lembrar que hoje foi o último dia de negociação das opções sobre ações para março antes do vencimento na próxima segunda-feira (16). Os papéis de empresas que possuem bastante liquidez neste tipo de derivativo podem apresentar volatilidade ao longo do pregão.

 

Ações em destaque

No noticiário corporativo, a Vale anunciou nesta sexta a renúncia de Paulo Rogério Cafarelli ao cargo de membro do conselho de administração da mineradora. Para seu lugar, foi aprovada a nomeação de Gueitiro Matso Genso. As ações da Vale (VALE3, R$ 18,88, +0,1%; VALE5, R$ 16,48, +1,1%) viram desvalorização. Já as ações da Petrobras (PETR3, R$ 8,15, -1,5%; PETR4, R$ 8,30, -2,3%) seguiram em queda em meio ao pessimismo gerado na véspera com a notícia de que o Tesouro decidiu suspender a operação que daria R$ 9 bilhões à estatal, conforme informou a Bloomberg. Especulações de que a empresa não iria divulgar o balanço auditado em maio fizeram com que os papéis tivessem uma queda ainda maior, mas a informação foi prontamente negada pela petroleira. Os bancos Bradesco (BBDC3, R$ 33,86, -1,1%; BBDC4, R$ 33,66, -1,2%) e Itaú (ITUB4, R$ 33,83, -0,5%) também responderam por parte da moderação das perdas do Ibovespa, amenizando perdas à tarde. Com a derrocada na Bolsa e disparada do dólar, praticamente só se salvaram no mercado hoje as ações de empresas voltadas à exportação, entre elas Suzano (SUZB5, R$ 14,28, +3,4%), CSN (CSNA3, R$ 5,50, +2,8%). Mesmo assim, ambas apresentam uma alta bem amena nesta sexta-feira. Vale mencionar que no caso da CSN, além da alta do dólar, a empresa dá continuidade ao movimento da véspera, quando disparou 7% depois de balanço do quarto trimestre. A CSN informou que lucrou R$ 66,9 milhões no quarto trimestre, invertendo prejuízo de R$ 250,3 milhões registrado no trimestre imediatamente anterior, principalmente devido ao maior lucro bruto e melhor resultado financeiro. Segundo a XP Investimentos, o resultado surpreendeu positivamente, apontando que apesar do cenário macroeconômico desafiador, principalmente no mercado doméstico, a alta do dólar frente ao real deve influenciar positivamente a empresa.

 

Cenário externo

As bolsas asiáticas tiveram um desempenho misto, mas foram sustentadas pelos ganhos em Wall Street. Enquanto isso, na Europa, as bolsas europeias têm baixa, apesar do maior otimismo com a atuação do Banco Central Europeu. Em destaque, segue a Grécia que receberá uma mensagem de solidariedade dos principais líderes da zona do euro já que o país está pronto para cumprir promessas de reformas em troca de mais empréstimos. Na Ásia, o índice japonês Nikkei subiu 1,4%, para nova máxima de 15 anos, cravando sua quinta semana consecutiva de ganhos. A forte alta foi causada em parte por um salto nas ações da fabricante de robôs industriais Fanuc, que tem um peso desproporcionalmente alto no Nikkei. Segundo uma notícia, a companhia está considerando elevar os dividendos. Em Wall Street, as ações norte-americanas tiveram um rali na quinta-feira, mas o S&P 500 ainda está caminhando para registrar a terceira queda semanal seguida, impactado pela perspectiva de elevação dos juros e pelo efeito do dólar forte sobre lucros corporativos.

 

*Com Reuters

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