Águia Participações: crescendo e diversificando
O case a seguir faz parte do livro “Paraná – Grandes Marcas”, publicado pelo Instituto AMANHÃ.
No tempo em que consertar máquina de escrever era um bom negócio, Ferdinando Scheffer Júnior começou a trabalhar na empresa do tio, a João Scheffer e Cia. Foi ali, aos 14 anos, que aprendeu os segredos da mecanografia e os fundamentos do comércio de máquinas de escrever e somar. O jovem continuou trabalhando em outras empresas até que, incentivado por um ex-patrão, mudou-se para Ponta Grossa, em 1955, e deu o pontapé inicial no seu primeiro empreendimento: revendia e dava assistência técnica para máquinas de escrever. Mas o comércio não bastava para o ímpeto de Ferdinando de construir.
Uma pequena fábrica de máquinas registradoras, a Rena S.A., foi o início da jornada do empresário como industrial. Para assumir a empresa, mudou-se com a família para São Paulo. Porém, o período na capital paulista não durou muito tempo: Ponta Grossa começava seu processo de industrialização e Ferdinando resolveu transferir as atividades da empresa para o Paraná. Na cidade, começaria a desenvolver a primeira máquina registradora eletrônica fabricada no Brasil.
Pouco antes da conclusão do projeto, um incêndio destruiu as instalações da indústria. O sonho virou cinza. Mas Ferdinando reiniciou os trabalhos com um novo projeto: a fabricação de um mimeógrafo. Com a utilização de tecnologia moderna, o produto acabou superando o único concorrente de mercado e despertou o interesse de outros empresários para a aquisição dos direitos de fabricação. Assim, a Rena acabou sendo vendida para uma empresa do Rio Grande do Sul.
Com a compra de uma pequena e endividada fábrica de cofres e mesas de aço, a Metalúrgica Águia, começava a história da Águia Participações. Aos poucos, a empresa mudou de perfil, passando a fabricar estruturas de armazenagem. O crescimento da empresa trouxe a mudança de nome para Águia Sistemas de Armazenagem S.A. Em 1974, Ferdinando realizou um sonho antigo: o plantio e reflorestamento de árvores em áreas desmatadas. Quando as florestas entraram em fase de colheita, surgiu a Águia Florestal, em 1992.
O congelamento de preços promovido pelo Plano Cruzado em março de 1986 fez com que desaparecessem vários produtos do mercado interno brasileiro. Por isso, a Águia foi obrigada a produzir tintas dentro de sua planta industrial. Com uma pequena unidade, começava a Divisão Química da empresa, no começo de 1989.Fornecendo matéria-prima para o mercado de adesivos, tintas e lixas, a divisão ganhou vida própria exatamente uma década depois, em outubro de 1999. Ainda no mesmo ano, surgia a atual holding Águia Participações, reunindo as empresas do grupo. A caçula do grupo surgiria em 2011. Com sede em Ponta Grossa, a SMART Sistemas Construtivos trabalha com a industrialização do segmento de construção civil por meio de tecnologias inovadoras.
Liderança em armazenagem
Quando Ferdinando Scheffer mudou os rumos da pioneira Metalúrgica Águia, apostou em um mercado em expansão no cenário brasileiro: armazenagem. Décadas após o redirecionamento, a aposta se mostrou acertada: hoje, a Águia Sistemas detém 35% do market share do segmento e atua tanto no mercado brasileiro quanto na América do Sul. Desenvolve projetos e oferece consultoria às empresas para incrementar suas áreas de movimentação e armazenagem, realizando também a montagem de seus sistemas com pessoal próprio. Oferece produtos como as estruturas porta-paletes, autoportantes, Drive in e o sistema de armazenagem dinâmica.
Atendendo clientes de diferentes segmentos, como Bauducco, Nestlé, Renault, Volvo e Wine, a empresa presta serviços aos ramos têxtil, alimentício, eletroeletrônico, automobilístico, construção civil, atacadista e de autosserviço. Por isso, mantém parcerias com empresas provedoras de tecnologia em sistemas de movimentação, de separação de pedidos e de tecnologia em transelevadores. A Águia Sistemas realiza 80% da montagem de seus sistemas, garantindo qualidade na execução dos projetos.
Em 2015, a empresa investiu R$ 25 milhões em melhorias e atualização de recursos produtivos e do parque técnico, proporcionando aumento de 40% na capacidade de produção. Além das melhorias nos processos, a Águia ampliou a área construída da sua planta em Ponta Grossa em 20%. Com isso, o complexo industrial ganhou um showroom de produtos, um depósito para armazenagem de bobinas e um anexo para instalação dos novos equipamentos de corte longitudinal e transversal de perfis de aço.
Madeira internacional
Comprando mudas desde os 18 anos, Ferdinando Scheffer contabiliza mais de 100 mil pinhais do tipo araucária atualmente. Por isso, a preocupação ambiental é um dos pilares da Águia Florestal, braço madeireiro da holding. Autossuficiente no plantio e conservação de florestas produtivas desde 1992, a empresa exporta para diversos continentes, chegando a países como Alemanha, China, Estados Unidos e Portugal.
A produção da Águia Florestal atende aos segmentos de construção civil e moveleiro, empregando mais de 300 funcionários. Preocupada com a consolidação de práticas sustentáveis, a empresa permanece em busca de novas formas de utilização de resíduos industriais, transformando o que antes era considerado lixo em matéria-prima para outras indústrias e em combustível renovável para substituição de diesel no processo industrial.
Todos os resíduos gerados na produção têm aproveitamento posterior: a serragem e a casca de pneus são utilizadas pela própria serraria para a geração de energia, e o cavaco é comercializado para fábricas de MDF.
Inovação na hora de construir
Atendendo em todo o território nacional, a SMART Sistema Construtivos é sinônimo de inovação na hora de construir, somando mais de 200 mil m2 de projetos executados no Brasil inteiro. Em sua sede, conta com um showroom, onde é possível visitar casas construídas com o moderno sistema Light Steel Framing.
Abrangendo diferentes tipos de construção como residências, postos de combustíveis e projetos especiais, a empresa conta com uma assessoria técnica capaz de construir uma casa em 180 dias. O sistema Steel Frame, constituído por materiais flexíveis, traz poucos impactos negativos ao ambiente, emitindo um índice de dióxido de carbono cerca de cinco vezes menor que uma construção nos moldes tradicionais.
Ao buscar crescimento em todas as frentes, a Águia Participações segue comprometida com a comunidade e com o meio ambiente da região de Ponta Grossa, que – de maneira recíproca – acredita nos negócios da empresa, participa e colhe os frutos das diversas atividades da holding.
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