Transformação digital põe em desuso o dinheiro em papel
O dinheiro em papel já está caindo em desuso em muitas partes do mundo, como nos países escandinavos. A afirmação foi feita pelo diretor de Serviços Analíticos da empresa Fico, Daniel Arraes, ao participar de painel no 12º Fórum Internacional de TI Banrisul, encerrado na noite de quinta-feira (23), em Porto Alegre. Em breve reflexão sobre o que a transformação digital trará de valor, o especialista comentou que os dados, hoje, estão se tornando a nova matéria-prima dos negócios. “Veja os exemplos de Uber e Airbnb, que não possuem de verdade a frota de carros ou os espaços para locação, mas manuseiam os dados e colocam a oferta e procura em contato”. Ele salientou que é a “Geração Z” (dos nascidos a partir do ano 2001) quem define essa dinâmica: eles não se preocupam em possuir, mas em ter acesso – um consumo personalizado e com ética. A partir dessas constatações, Arraes apontou alguns resultados positivos da transformação digital: a diminuição da poluição, a otimização e economia de tempo e a geração de novos postos de trabalho.
O painelista Fabiano Droguetti, COO & executive director na CSU CardSystem, definiu que a transformação digital não tem a ver com a tecnologia em si, mas com o comportamento das pessoas e consumidores e a sua relação com as marcas e fornecedores. Para exemplificar, ele apresentou cases de diversas áreas, demonstrando como essa transformação está se inserindo na rotina das pessoas, como a Barilla, que oferece novos formatos de massas, produzidos em impressoras 3D, incluindo diversas combinações de ingredientes, gerando uma produção personalizada para eventos, marcas específicas, datas especiais, entre outras possibilidades. Já a Amazon desenvolveu um aplicativo que permite ir ao mercado físico, que detecta o perfil do consumidor em uma catraca de ingresso ao estabelecimento comercial. Uma vez lá, o cliente escolhe os seus produtos, realiza suas compras e sai do mercado sem passar pelo caixa, pois o pagamento é realizado automaticamente, por meio do aplicativo. O diretor de inovação e expansão da Saque-Pague, Nori Lermen, falou sobre o Ecossistema Phigital que, acima de tudo, busca prover serviços financeiros à população não-bancarizada e atender os municípios e regiões sem acesso às agências bancárias. Lermen frisou que, em algumas cidades, o sistema Saque-Pague é a única presença financeira, pois não existe qualquer ponto de atendimento por parte dos bancos.
O painel que discutiu o sistema financeiro e a inovação digital contou com a mediação do vice-presidente do Banrisul, Irany Sant’Anna Junior. O diretor de política de negócio e operações da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Leandro Vilain, afirmou que a transformação digital no setor bancário é derivada de três grandes fatores de influência: o comportamento do consumidor, competição e regulação. “Todo consumidor é digital em velocidades diferentes. A propensão em utilizar serviços digitais está aberta, e alguns têm propensão em utilizar esses serviços com mais velocidade. Nos interessa que essa evolução ande cada vez mais rápido, mas tem que ser na direção correta. Rápido na direção errada não adianta”, enfatizou ele.
Para Lucila Simão, CEO do Instituto Fenasbac (Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central), disse que entidade incentiva a inovação, fazendo alinhamentos, projetos de execução e criação de novos serviços. “A tecnologia nunca esteve tão barata, então precisamos utilizar isso, inserir as pessoas no centro da inovação. Nos colocamos como protagonistas em transformar para melhor a indústria do mercado financeiro coordenando o Laboratório de Inovação Financeira e Tecnológica (LIFT)”, informou. Por meio dessa iniciativa, já foram entregues 12 produtos significativos para acelerar o mercado financeiro.
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