FloripaSat entra em órbita nesta sexta-feira
O satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-4A) e o FloripaSat-1 (foto) entram em órbita a 00h21 (horário de Brasília) do dia 20 de dezembro. O CBERS-4A é o sexto satélite desenvolvido por meio de uma parceria entre Brasil e China que completou 31 anos. Já o FloripaSat é um projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), desenvolvido por alunos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado, que irá de carona no lançador Longa-Marcha 4B, o mesmo veículo que levará o CBERS-4A. O lançamento será feito a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan (TSLC), localizado na província de Shanxi, a 700 quilômetros do sudoeste de Pequim,
O Programa CBERS é uma iniciativa inovadora entre Brasil e China que estabeleceu um novo paradigma de cooperação Sul-Sul. A convergência de interesses para o desenvolvimento da série CBERS resultou em um modelo de cooperação de sucesso, além de ser um empreendimento inédito na área espacial de tecnologia sensível.
Coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) - autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) - e pela Administração Nacional Espacial da China (CNSA), o programa CBERS tem como executores o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST).
O CBERS 4A levará a bordo duas câmeras brasileiras (MUX e WFI) e uma chinesa (WPM). A MUX (Câmera Multiespectral Regular) irá gerar imagens de 16 metros de resolução, com reprodução de imagem de um mesmo local a cada 31 dias. A WFI (Câmera de Campo Largo) possui resolução de 55 metros e revisita de 5 dias, enquanto a WPM (Câmera Multiespectral e Pancromática de Ampla Varredura), conta com resolução de 2 metros, em modo pancromático, e de 8 metros em RGB (Red-Green-Blue). As especificações do satélite sino-brasileiro são similares às dos programas de sensoriamento remoto orbital mais utilizados em todo o mundo, como Landsat (Estados Unidos), Resourcesat (Índia) e Copernicus (União Europeia). O CBERS-4A irá operar numa órbita sol-síncrona, recorrente e congelada.
As imagens do CBERS-4A também serão utilizadas em projetos nacionais estratégicos, como o Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes), de avaliação do desflorestamento na Amazônia. Desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região são usadas pelo governo brasileiro para o estabelecimento de políticas públicas.
Outro projeto que utiliza as imagens do satélite é o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (DETER), que avalia o desflorestamento em tempo real. O Programa atua como um sistema de alerta para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal.
O Floripasat-1 é um cubesat de pesquisa e desenvolvimento tecnológico em formato de 1U (100x100x100 mm) com vida útil estimada em aproximadamente dois anos. Coordenada pelo professor Eduardo Augusto Bezerra, com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), por meio do programa Uniespaço.
No pequeno satélite foi instalado um módulo que permite que os radioamadores de todo o mundo se comuniquem diretamente com os satélites, em regiões remotas como florestas, desertos, oceanos ou em situações de catástrofes, como o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em que a comunicação não é interrompida e possibilita enviar e receber sinais de emergência.
O FloripaSat é um tipo de satélite miniaturizado (nanossatélite), cujo volume é de um litro, pesando um quilo. Idealizado pelo grupo FloripaSat tem como principal objetivo envolver estudantes em uma missão espacial completa, desenvolvendo todos os módulos de um nanossatélite e sua própria estação terrestre de comunicação.
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